O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Feliz por minha alienação: Efterklang & The Danish National Chamber Orchestra - Cutting Ice To Snow (live)

Ontem mesmo conversava com um amigo, e dizia a ele que meus "conflitos existenciais", principalmente no que concerne meu trabalho - arte - tinham diminuído em constância mas aumentado em intensidade. Geralmente esses conflitos, no meu caso, são superados quando estou em contato com seres, de fato humanos, em suas faces mais sinceras e viscerais, muitas delas expressadas na arte de cada um, seja lá qual for. 

No que diz respeito à música não é diferente, até por alienação não ando me deparando com coisas que - permita o clichê - me tiram os pés do chão. Assim como quando faço um bom ensaio no teatro junto aos meus companheiros de trabalho e vida, ou quando, aqui com o coletivo, conseguimos encaminhar nossos projetos ou simplesmente nos reunirmos, quando vejo uma boa peça de teatro, um bom filme; esse vídeo que compartilho com vocês me fez - como não é a primeira vez - sentir bem por minha alienação, pois é ela que ainda me faz sentir esses efeitos da surpresa do desconhecido, do antes nem sido, para mim. Faz bem essas tentativas, ora erros, ora acertos mas que no fundo buscam por algo novo, ou apenas uma identidade a ser compartilhada. Não tenho propriedades concretas para descrever ou fazer uma crítica musical, mas tenho pleno corpo capacitado e disponível às sensações,  que são aquilo que me fazem sentir vivo.

Essa alegria dura pouco, logo passa, quando saio dessa relação onírica dos efeitos da surpresa, da causa: minha alienação, para o mundo"real", aquele do qual atores - amigos, colegas ou não -, diretores, enfim pessoas, vêem sob seu caminho obstáculos de objetivos tão menores que sua existência: globo, caras, revistas, festas onde esperam ser pegos pelos paparazzi. 

Mas vale a pena continuar e torcer para que todas essas boas surpresas continuem a me encantar e que alienação seja só desculpa para aquele estalo " estou vivo! há vida além do espetáculo".

Claro, mesmo as surpresas boas, são carregadas de outras não tão boas assim, e é por isso que as vezes me permito fingir, sonhar que todas essas surpresas, causas do efeito "estalo", não são mais nada do que elas em si.



4 comentários:

  1. há uns dois anos fui a uma apresentação dessa orquestra no teatro Cultura Artística e foi algo magnífico realmente. Quanto aos conflitos existenciais, acho que a tendência é exatamente que diminua em quantidade e aumente em intensidade, restando apenas um grande conflito gigantesco. Pelo menos no meu caso acho que é isso.
    belo vídeo!

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  2. Concordo com vocês quanto aos conflitos existenciais.
    Dan, acho que só faltou falar sobre a entrega do artista à sua arte independente da repetição ou da "não novidade", pois pelo menos o que me faz perder o chão quando vejo um belo espetáculo é a troca de energias possibilitadora de uma grande explosão de sensações. Aí não importa quantas vezes assisto ao mesmo espetáculo... Apenas uma opinião particular.
    Belo texto! Belo video! Obrigada!!

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  3. Caraca!!!

    Sensacional...

    Dan valeu por me tirar da alienação e me apresentar esse ótimo texto acompanhado desse vídeo muito loco!

    Adivinha o que fiz? Fui no 4shared e copiei e colei o "Efterklang & The Danish National Chamber Orchestra" huahuahua

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  4. Hehe! Valeu velho!
    O mais legal é ver que nosso trampo consegue proporcionar esse tipo de continuidade, é o que me deixa mais feliz.

    abs

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