O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

Manifesto

Num lugar, na terra do sol, onde já morou Deus e o Diabo, o nosso  cinema  é  arma. Perguntem  sobre  uma  arte  nova  e respondemos com a única palavra que interessa: RUPTURA. O que chamam de cinema é feito hoje pelos seres iluminados da burguesia . Esse mundinho não nos interessa, a não ser os seus equipamentos.  Tomar  os  meios  de  produção  está  no  nosso programa. A forma de atacar é através do ato criador, e não nos interessa modelos prontos para o mercado, onde o erro não é permitido.


A ARTE DE BIENAL NOS ENJOA

A  criação  é  subversiva  ao  passo  que  a  ordem  geral  pré-estabelecida capa  o  desenvolvimento  do  homem  e  de  suas formas  de  narrar,  o  empobrecendo  a  cada  dia.  Homem-não-imaginação-morte. O sujeito que diz o contrário ESTÁ DIZENDO SIM À BARBÁRIE e não mastigou a miséria atual, mas a crise está aí ou acorda ou acorda. É preciso estar alerta. Se a câmera treme é necessidade do movimento, parada é recuo estratégico, mas  ainda  em  movimento.  Estar  alerta–alerta.  Perder  a paciência. Trabalhar cansa. Lenin diz: ‘’O método dialético exige que os fenômenos se examinem não só do ponto de vista de suas relações mútuas e de seu mútuo condicionamento,  mas também  do  ponto  de  vista  de  seu  movimento,  de  suas transformações e de seu desenvolvimento, do ponto de vista do seu nascimento e da sua morte”. Ponto. O CAPITALISMO DEVE ACABAR. Falar em anti-cinema não é fetiiche, é compreender o nosso tempo. Estamos à margem. É esta a nossa condição.

CHAMAMOS TODOS CINEASTAS TUPINIQUINS (ou não)

É preciso levar o assunto adiante, é nos encontrar e debater. Filmar. Por uma arte contra a barbárie. Por um CINEMACABRADAPESTE. Furar os olhos e a cabeça de quem assiste, para arrancar questionamentos, instigar o pensamento, nem que seja a fórceps. ORGANIZAR-ORGANIZAR. A nossa bandeira é a mesma, uma vez que na LUTA DE CLASSES não há catarse que salve a arte.

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