O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

domingo, 14 de novembro de 2010

Não Vi e Não Gostei: Geisy Arruda – Vestida Para Causar


Hoje, com demasiado desprazer nosso humilde guia prático, de utilidade pública para melhor aproveitar seu tempo, dá a dica: Na próxima quarta-feira (16/11), passe o mais longe possível da livraria Martins Fontes na paulista. Sim, pois Geisy Arruda lançará sua biografia.

Utilize seu tempo de melhor forma na quarta-feira. Enforcar-se, por exemplo, nu, na esquina da augusta com a paulista é um programa mais agradável.

O evento acontece quarta-feira, na livraria Martins Fontes: Não Vá!

5 comentários:

  1. Olha,

    É compreensível a repulsa por uma biografia da Geysi Arruda, mas sinceramente, há algumas coisas que ela fala de uma simplicidade e chocantes mesmo para uma "celebridade". Coisas do tipo prefiro ficar com câmera ou com motorista, ou estudei na Uniban por que era universidade que eu conseguia pagar... Olha, ela pode não ser o cérebro mais brilhante do mundo, mas me ganhou com estas declarações...

    É óbvio que é produto da industria cultura? Sim, é óbvio, mas por que a Geysi Arruda desperta tanta ira entre nós? É polêmica sobre photoshop no ensaio de nudez que ela realizou, é ser refratário as coisas que ela possa vir a falar... Não sei... Nunca tinha parado para notar essa garota e ela não passa de uma garota do ABC como tantas outras e talvez isso nos incomode mais...

    Luka

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  2. Oi Luka! Acho que estamos confundindo dois tipos de repulsas diferentes. Essa seção, "Não vi e não gostei" é dedicada única e exclusivamente a "obras de arte" que não recomendamos mesmo sem ter visto, pois, como você disse, são produtos de uma indústria cultural ridicula, que transforma e destransforma as pessoas em celebridades/objetos. O erro de compreensão seu é justamente em achar que há ira em relação à Geisy Arruda. Muito pelo contrário, o que há da minha parte é dó, compaixão de mais uma vitima do sistema. A crítica aqui vai para o livro que lançam por ela. Acredito sim que ela pode ser uma pessoa muito interessante e pode inclusive ter histórias maravilhosas para contar em uma biografia. Porém, ela própria não percebe o Ser-mercadoria em que foi transformada. O ser mercadoria que serve para vender revista e o ser-mercadoria que vale mais pelo que veste (vide o subtítulo do livro: "vestida para causar") ou pelo que não veste. É triste, mas Geisy Arruda e só mais uma vítima. Só isso.

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  3. Luka,

    Valeu comentário. Contudo, assim como o Bruno disse que não quero repetir as palavras dele, pois ele foi bastante competente, você está confundindo as coisas.

    Essa seção do blog foi feita exatamente como forma de repúdio ao que é tomado pelo mercado e transformado em um enlatado - e tinha também a ideia de ser engraçada hehehehe, acho que não rolou.

    O que está em jogo e em nossa crítica, não é mais a menina do ABC que estudou na uniban porque não tinha grana, que foi atacada por um bando de neonazistas, etc. e sim o pedaço de papel fútil que o mercado a tornou, só o título desse livro é baixo o bastante, principalmente se tratando de uma mulher que poderia ter usado toda a sua revolta para mudanças qualitativas onde vive. Não culpo tanto ela, até pela realidade em que estamos inseridos - qual a nossa, aqui, não é tão diferente -, mas sim os lobos das editoras, dos jornais, da emissoras, enfim. Mais do que nunca isso é uma crítica ao tanto de lixo produzido pelo mercado, com pessoas que, talvez, poderiam ter uma progressão na história de fato qualitativa.

    E, vamos continuar criticando essas iniciativas mercadológicas até o fim. Eu nunca vou elogiar a fazenda - que é um produto também, criado com matéria huamana como a Geisy -, por exemplo, se uma pessoa que considero socialmente injustiçada, explorada, enfim - um semelhante - estiver lá e apenas estar vegetando naquele ambiente e coabitando com toda futilidade e desenvolvimento da estupidez.

    E lembrando que o nome dessa seção "Não Vi e Não Gostei" faz menção àquela de Oswald De Andrade direcionada a um livro do Mario de Andrade "Não Li e Não Gostei". Talvez se tratando do fim do dito fim de amizade dos dois, a declaração do Oswald tenha sido muito mais direcionada a pessoa do que necessariamente à obra como fazemos aqui.

    E uma última coisa, se você puder ver o outro post dessa seção você vai ver que criticamos um filme chamado "Muita Calma nessa hora" e lá tem um grande número de matéria humana - desde equipe até atores - que deve ter passado ou passa coisas semelhantes a Geisy, mas que infelizmente todos os seus esforços, no final, materializam obras como essa.

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  4. ...vou passar numa livraria e dar uma lida para saber, ou ter noção de algo para depois comentar...mas acho que não promete muita coisa, não....
    Mirian

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