O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ato na avenida paulista contra violência homofóbica

Manifestação contra a homofobia dia 21/11 (domingo). Concentração às 15h, no vão livre do MASP - e caminhada até o local das agressões (próximo à estação Brigadeiro do Metrô).
  
Entidades e organizações da sociedade civil organizaram abaixo-assinado para manifestar indignação, repúdio e exigir providências aos graves fatos ocorridos na madrugada do dia 14.11.2010, na Avenida Paulista, envolvendo 5 (cinco) jovens adolescentes que agrediram 4 (quatro) vítimas com violência física, e evidente motivação de intolerância homofóbica.Segundo a imprensa divulgou, os cinco jovens são de classe média, colegas de um colégio particular de um bairro nobre de São Paulo, e foram reconhecidos como responsáveis por três ataques a pessoas que passavam pela região da Avenida Paulista. A polícia investiga se os crimes tiveram motivação homofóbica.

Esta não é a primeira ação violenta de jovens da classe media brasileira, em especial contra pessoas oriundas de grupos discriminados, e usualmente vítimas de intolerância, como os gays, negros, nordestinos, índios etc. Exemplos não nos faltam: morte do índio Galdino, assassinado por jovens ricos e filhos de autoridades públicas de Brasília em 1997; a violência cometida por jovens da Barra da Tijuca, que agrediram fisicamente uma trabalhadora, empregada doméstica, que voltava para casa, e foi confundida com uma “prostituta” (como se para as profissionais do sexo este tratamento violento fosse admitido).

Agora, uma vez mais, no décimo ano da morte por assassinato do adestrador de cães, Edson Neris da Silva, na Praça da República, em 6 de fevereiro de 2000, executado por um grupo delinquente de “skinheads do ABC”, deparamo-nos com este arrastão “chique” no coração econômico da terra cujo povo se autoproclama locomotiva e esteio do Brasil.

Certamente, se o Brasil já tivesse uma legislação que criminalizasse a homofobia, a exemplo de países mais desenvolvidos na defesa e promoção dos direitos humanos, fatos como o ocorrido seriam mais raros, pois a juventude brasileira, em especial a bem educada e privilegiada do ponto de vista econômico, já teria aprendido que homofobia é crime e não pode ser praticada. Mas a inércia e a omissão do Poder Legislativo nos obrigam a continuar lutando para viver com dignidade e exigindo a ação das instituições que devem cumprir e manter a Constituição Federal. As autoridades públicas, Polícia, Poder Judiciário, Ministério Público têm a obrigação de garantir a ordem, a lei e o respeito à Constituição brasileira que, em última instância, proclama como sua razão máxima a garantia dos direitos individuais da pessoa humana.

Sendo assim, o documento ( http://edupiza.blogspot.com/2010/11/para-que-o-crime-de-homofobia-nao-fique.html ) tem como objetivo chamar atenção das autoridades públicas e do povo de São Paulo e do Brasil, exigindo e cobrando para que este fato não caia no esquecimento, em vista dos agressores terem posição sócio econômica privilegiada. A justiça brasileira tem a obrigação de ser justa e a polícia e o Ministério Público de cumprirem suas funções.

Contatos:
Beto de Jesus - ABGLT (11)8452 3335
Phamela Godoy - Fórum Paulista LGBT (16)8118-6550
Irina Bacci - Conexão Paulista LGBT
Paulo Mariante - Grupo Identidade (19)9339-4111 

3 comentários:

  1. Vamo que vamo!

    Só algumas observações:

    Assim como no caso ocorrido na Barra da Tijuca, os agressores de Galdino usaram como justificativa a desculpa que acharam se tratar de um morador de rua (mais uma vez como no caso da diarista, como se moradores de rua este tratamento violento fosse admitido).

    E no caso Edson Neris da Silva, os agressores faziam parte dos "Carecas do ABC" e não skinheads.

    Chega de violência, putada. Vamos viver!!!!

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  2. Depois contem como foi o ato. Se possível publiquem fotos e vídeos tbm.

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  3. fala Marcião!
    Não conseguimos ir ao ato, pois tivemos outra reunião antes do cineclube que estava marcado. Porém, no sabado tivemos outro ato contra a homofobia em que eu estava presente e foi bem produtivo. Viu... dia 05 de dezembro vamos receber o Silvio Tendler no Cineclube. Anota na agenda que vai ser bom.
    abração

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