O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Vincent Moon, O cineasta trovador

Conheci a obra de Vincent Moon há pouco tempo. Para ser mais exato, descobri que já conhecia suas obras quando vi os teasers de "An Island", filme do cineasta com o grupo, que também admiro muito, Efterklang. (Entre outras várias obras, vale a pena citar o vídeo-musical"Petites Planetes", Tom Zé)

Além de um grande trabalhador dessa arte, Vincent impressiona por seu desapego, mesmo àquelas coisas que o cinema comercial mostrou - e educou a todos - ser indispensável ( não que isso seja novidade para nós e tantos outros coletivos e artistas independentes que vivem na mesma lógica, aqui no Brasil).

Uma das coisas que mais gosto na entrevista, apesar de eu usufruir do objeto da crítica, é o final em que ele se refere a "Cannon 5d" como a câmera da globalização e por isso ela a odeia. 

Anima ver a crítica de um artista tão talentoso, que não poupa palavras para aquilo que no senso comum é quase sagrado, e posto como uma unificação ou massificação de povos, em detrimento de suas unidades e especificidades enquanto seres. Além, é claro, de sua bela crítica às escolas de cinema, quais, para ele - e também para mim -, em maior parte dos casos, ajudam muito mais a imbecializar e engessar a subjetividade de cada um do que a pretensão de "ensinar".

Pena que vivemos num mundo onde as pessoas ainda se orgulham de serem "melhores alunos".



O Vídeo e o Título da postagem são de http://www.youtube.com/user/SaraivaConteudo

3 comentários:

  1. bela entrevista! O que temos pra destruir realmente é uma frase muito sensível... a fala dele olho a olho com a 5D é ótima! quanto às escolas de cinema, concordo em partes, pois acho que depende mais da relação que você, enquanto artista, estabelece com o academicismo. Isso vale pra qualquer área.

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  2. Essa é uma discussão intermitente e bastante subjetiva. Mas uma coisa é certa, usar métodos acadêmicos que, por exemplo, como as exatas usam no ensino, para a arte, pressupondo que - apesar do ideal seja uma formação não-mais-sectarizada entre artes e ciências - consegue-se ensiná-la da mesma forma, é preocupante. Já que é muito difícil e errôneo esse termo "ensinar" principalmente na arte, e, em nossa realidade material, não há como dizer que ambas andam no mesmo campo, ao contrário, precisa-se entender em que registro arte e ciências operam, para daí sim, tentar algum método de recionalizar o tal ensino, e por mais que não conheça todas as escolas de SP, posso dizer que nenhuma, aqui, principalmente, está pronta para isso.

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  3. com certeza não há fórmulas exatas para a arte e muito menos meios de se chegar a determinado resultado puramente racional como pretendem essas escolas de São Paulo. Por isso, pra mim, a escola de cinema deve dar condições para o aluno-artista ter experiências sinestesicas e contato o contato desprendido com o fazer artístico. Isso pra qualquer tipo de ensino artistico ou mesmo humano.

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