Conheci a obra de Vincent Moon há pouco tempo. Para ser mais exato, descobri que já conhecia suas obras quando vi os teasers de "An Island", filme do cineasta com o grupo, que também admiro muito, Efterklang. (Entre outras várias obras, vale a pena citar o vídeo-musical"Petites Planetes", Tom Zé)
Além de um grande trabalhador dessa arte, Vincent impressiona por seu desapego, mesmo àquelas coisas que o cinema comercial mostrou - e educou a todos - ser indispensável ( não que isso seja novidade para nós e tantos outros coletivos e artistas independentes que vivem na mesma lógica, aqui no Brasil).
Uma das coisas que mais gosto na entrevista, apesar de eu usufruir do objeto da crítica, é o final em que ele se refere a "Cannon 5d" como a câmera da globalização e por isso ela a odeia.
Anima ver a crítica de um artista tão talentoso, que não poupa palavras para aquilo que no senso comum é quase sagrado, e posto como uma unificação ou massificação de povos, em detrimento de suas unidades e especificidades enquanto seres. Além, é claro, de sua bela crítica às escolas de cinema, quais, para ele - e também para mim -, em maior parte dos casos, ajudam muito mais a imbecializar e engessar a subjetividade de cada um do que a pretensão de "ensinar".
Pena que vivemos num mundo onde as pessoas ainda se orgulham de serem "melhores alunos".
O Vídeo e o Título da postagem são de http://www.youtube.com/user/SaraivaConteudo
bela entrevista! O que temos pra destruir realmente é uma frase muito sensível... a fala dele olho a olho com a 5D é ótima! quanto às escolas de cinema, concordo em partes, pois acho que depende mais da relação que você, enquanto artista, estabelece com o academicismo. Isso vale pra qualquer área.
ResponderExcluirEssa é uma discussão intermitente e bastante subjetiva. Mas uma coisa é certa, usar métodos acadêmicos que, por exemplo, como as exatas usam no ensino, para a arte, pressupondo que - apesar do ideal seja uma formação não-mais-sectarizada entre artes e ciências - consegue-se ensiná-la da mesma forma, é preocupante. Já que é muito difícil e errôneo esse termo "ensinar" principalmente na arte, e, em nossa realidade material, não há como dizer que ambas andam no mesmo campo, ao contrário, precisa-se entender em que registro arte e ciências operam, para daí sim, tentar algum método de recionalizar o tal ensino, e por mais que não conheça todas as escolas de SP, posso dizer que nenhuma, aqui, principalmente, está pronta para isso.
ResponderExcluircom certeza não há fórmulas exatas para a arte e muito menos meios de se chegar a determinado resultado puramente racional como pretendem essas escolas de São Paulo. Por isso, pra mim, a escola de cinema deve dar condições para o aluno-artista ter experiências sinestesicas e contato o contato desprendido com o fazer artístico. Isso pra qualquer tipo de ensino artistico ou mesmo humano.
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