O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Relicário, de Vik Muniz



Chega a cidade de São Paulo  “Relicário, de Vik Muniz”, exposição que reúne um conjunto de 30 trabalhos, objetos, alguns não exibidos pelo artista desde o início de sua carreira, há 20 anos. A mostra fica em cartaz do dia 1 de março a 24 de abril no Instituto Tomie Ohtake.

Os objetos trazidos  fizeram parte da primeira exposição individual de Vik, na galeria Stux, em Nova York, em 1988, e de sua primeira mostra no Brasil, dois anos depois, em galeria paulistana. Outros são execuções recentes de projetos dos anos 80 e 90, que ele não conseguiu realizar na época, entre os quais há peças em Carrara e Murano produzidas na Itália, em Nova York e no Rio de Janeiro. Em Relicário, ao recuperar a produção de décadas anteriores, Vik Muniz confere uma aura quase que etnográfica às obras reunidas.


Origami feito de uma só folha de papel, crânio com nariz de palhaço, ampulheta com um tijolo dentro, sarcófago feito de tupperware, luvas de seis dedos, enciclopédia britânica de um só volume, pluma de mármore são alguns dos trabalhos que estão na exposição. São trabalhos repletos de ironia que tratam da identidade destes objetos em relação à sua função, sempre impregnados de humor levado a sério. “Interessa-me espaços onde a lógica e o senso comum falham, criando oportunidade ao público para novas experiências”, diz o artista.

A recriação de objetos cotidianos por meio de uma farta pesquisa material – do lixo aos materiais nobres – contribui para o amplo repertório de imitação ilusória do real construído pelo artista, conferindo-lhe especial notoriedade. O processo de sedução por meio desse grande cenário vem acalantado pelo humor, o elo final a captar o olhar do espectador.

                

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