O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

St. Pauli X Schalke 04 - Contra-hegemonia no futebol, Entre o terreno e o transcendental



Para quem nos acompanha, aqui no Cinefusão, já deu para perceber a pluralidade - perdão pela palavra, já que na tal globalização, ela  é utilizada em outro contexto -  de temas sobre o que escrevremos e relacionamos às nossas obras, que acabam por ir além de nossas atividades como realizadores, educadores e blogueiros, mas no fim das contas são temas que confluem como tudo aquilo que nos contitui enquanto trabalhadores de nosso ofício.

Bom, fiz essa introdução porque apesar da tal 'pluralidade', um tema que sempre achei difícil de encaixar no blog, até  por não conseguir encontrar a melhor forma, é o futebol.

E, por acaso vi uma notícia  sobre um jogo de futebol que acontecerá hoje, a partir das 15h15, no canal 36 da parabólica - e quem puder veja pela internet http://esporteinterativo.terra.com.br/aovivo/ - :  St. Pauli x Schalke 04.

E, o que há de tão interessante nesse jogo? 

Bom o St. pauli é um time de futebol alemão que ascendeu à primeira divisão há pouco tempo atrás, e segue uma linha contra- hegemônica no mundo do futebol. O símbolo do time é uma bandeira pirata, a torcida é composta por punks, anarquistas, socialistas, grupos LGBT, e assim vai... Consequentemente estão contra a elitização do futebol, junto às minorias e é um dos poucos, ou único time que admite ter gays integrantes da equipe, sendo um deles capitão (claro, não consegui acompanhar a trajetória completa do grupo, logo o time pode não continuar com a mesma configuração, então algumas mudanças podem ter ocorrido).

O mais interessante é que em tempos conturbados como o nosso, que até o futebol, que tinha como uma de suas maiores marcas ser "entretenimento de massa" e ter, de certa forma, dentro de sua estrutura, um campo possibilitador em que o espectador participe dele ativamente, conhecendo as regras, xingando, gritando, sorrindo, chorando, é hoje tomado pela ganância e começa a regredir no que antes poderia - agora, mais claro e efetivamente utópica ilusão minha - ter uma inevitável evolução para além daquilo que é terreno.

Como amante do futebol, realmente acreditava que isso poderia vir a ser. Contudo, dói ver que, infelizmente, o caminho é exatamente o contrário. Assim como o São Paulo - apesar de ser são paulino e ter adorado o último presente de Ceni - diz "não querer manter sua imagem de elitista e estuda camisa a R$50" - claro, sem contar preço dos ingressos, por exemplo. 

Mas agrada, que em meio a turbulência estejam clubes como ST. Pauli, e espero que mantenham a chama viva e recomecem a trajetória de arrancar o futebol da escória, que é a entrega total e definitiva ao capital.

Quem quiser conhecer um pouco mais o St. Pauli, segue o site sua torcida organizada http://www.stpauli-fanladen.de/english/ e o site do clube http://www.fcstpauli.com/ .

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