Quisera eu escrever esta modesta resenha por conta de uma revolta da criatura: Polícia, contra seu criador: Estado; e que de fato representasse uma mudança efetiva em nosso chamado sistema.
Entretanto, a história é outra, e, infelizmente, menos próxima do romance clássico e, pioneiro da literatura ocidental de horror: "Frankenstein".
Nesta quinta, 17/02/2010, aconteceu a "6ª grande manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus". O cenário era promissor, já que o movimento de saltos qualitativos substanciais na luta, como a participação do movimento na audiência pública, no sábado(13), com presença do secretário de transporte.
Ainda sim, e mantendo sua reputação, a polícia reprimiu mais uma vez o movimento, com bombas de efeito moral, spray de pimenta, balas de borracha, etc... Mas o que surpreendeu, - já que virou praxe a "bossalidade" de nossos defensores contra nós mesmos - dessa vez, foi que a repressão atingiu direta e literalmente os vereadores do PT Antonio Donato e José Américo, que acompanhavam a manifestação, além da imprensa, como foi o caso de um dos fotógrafos da Folha:
Não estou entrando na questão partidária, mas de certa forma, os vereadores, independente de sua propostas ideológicas, numa concepção comum, e num sistema onde há o estado, são representantes dele, assim como, indiretamente, a imprensa - "grande imprensa". Quando algo criado pelos objetos citados - Imprensa e Estado -, se volta contra seu criador, a quem deve proteger a todo custo, isso no mínimo afeta o movimento pacifico e linear de nosso sistema, provocando uma ruptura em nosso cotidiano.
Claro, isso seria 'interessante' se não fosse por conta de um engano durante a insaciável empreitada desses defensores da ordem. Provavelmente, tomado pela adrenalina de espancamento dos manifestantes acabaram por, sem medir consequências, acertando os vereadores e imprensa - apesar que mesmo depois de se identificarem, ainda foram agredidos por um dos policiais.
Isso só não é uma inversão da consciência de explorado, como, pelo contrário, é a efetivação da criatura polícia, como lacaio do criador Estado, não só contra aqueles que lutam para que ele se acabe, mas também afim de eliminar também com aqueles que representam o micropoder dentro da própria instituição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário