O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Estado, O Frankenstein da Criatura, Polícia



Quisera eu escrever esta modesta resenha por conta de uma revolta da criatura: Polícia, contra seu criador: Estado; e que de fato representasse uma mudança efetiva em nosso chamado sistema.

Entretanto, a história é outra, e, infelizmente, menos próxima do romance clássico e, pioneiro da literatura ocidental de horror: "Frankenstein".


Nesta quinta, 17/02/2010, aconteceu a "6ª grande manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus". O cenário era promissor, já que o movimento de saltos qualitativos substanciais na luta, como a participação do movimento na audiência pública, no sábado(13), com presença do secretário de transporte.

Ainda sim, e mantendo sua reputação, a polícia reprimiu mais uma vez o movimento, com bombas de efeito moral, spray de pimenta, balas de borracha, etc... Mas o que surpreendeu, - já que virou praxe a "bossalidade" de nossos defensores contra nós mesmos -  dessa vez, foi que  a repressão atingiu direta e literalmente os vereadores do PT  Antonio Donato e José Américo, que acompanhavam a manifestação, além da imprensa, como foi o caso de um dos fotógrafos da Folha:

Não estou entrando na questão partidária, mas de certa forma, os vereadores, independente de sua propostas ideológicas, numa concepção comum, e num sistema onde há o estado, são representantes dele, assim como, indiretamente, a imprensa - "grande imprensa". Quando algo criado pelos objetos citados - Imprensa e Estado -, se volta contra seu criador, a quem deve proteger a todo custo, isso no mínimo afeta o movimento pacifico e linear de nosso sistema, provocando uma ruptura em nosso cotidiano. 

Claro, isso seria 'interessante' se não fosse por conta de um engano durante a insaciável empreitada desses defensores da ordem. Provavelmente, tomado pela adrenalina de espancamento dos manifestantes acabaram por, sem medir consequências, acertando os vereadores e imprensa - apesar que mesmo depois de se identificarem, ainda foram agredidos por um dos policiais.


Isso só não é uma inversão da consciência de explorado, como, pelo contrário, é a efetivação da criatura polícia, como lacaio do criador Estado, não só contra aqueles que lutam para que ele se acabe, mas também afim de eliminar também com aqueles que representam o micropoder dentro da própria instituição.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário