O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

sábado, 21 de agosto de 2010

Festa de Família

Um dia

Semblante amarelo

Amarelo, assim como o sorriso forçoso em minha CARA

Na TV

Rodrigo Faro faz casais rebolarem

De uma caixa ele retira seus futuros

BEIJO DE CINEMA, AMASSO, BEIJÃO!

O green day chamaria isso de “Alien Nation”

Para mim, apenas chato, chato pra caralho

Tudo acontece na sala

Algumas cadeiras perto dos sofás

As crianças gritam,

Clamam insistentemente por atenção

Os homens

Todos MÁSCULOS, VIRÍS!

Sobre seus olhos

tudo é GAY!

E ser gay é ruim

Tudo é perturbadoramente agradável

A luz amarela já não me incomoda

Nem os casais

Que vivem a morbidez obesa do matrimônio

A mim, “ARTISTA”

Me resta, apanhar mais um salgado sobre a mesa

Comê-lo!

Apanhar novamente meu copo com guaraná

E misturá-lo ao whisky

Tomando cuidado para que nem meu pai, nem meus sobrinhos sintam o cheiro

A mim, “ARTISTA”

Me resta, ainda acreditar que sou “MAIOR” que tudo isso

Um observador, discreto, intransponível

A mim, “ARTISTA”

Me resta

Assistir, assistir, assistir, assistir, assistir, assistir, assistir...

E escrever

Um comentário:

  1. Belo texto, me provocou novamente a necessidade de repensarmos a arte o tempo todo, inclusive enquanto buscamos alcançá-la. A nós artistas, nos resta, talvez, apenas apenas.

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