Semblante amarelo
Amarelo, assim como o sorriso forçoso em minha CARA
Na TV
Rodrigo Faro faz casais rebolarem
De uma caixa ele retira seus futuros
BEIJO DE CINEMA, AMASSO, BEIJÃO!
O green day chamaria isso de “Alien Nation”
Para mim, apenas chato, chato pra caralho
Tudo acontece na sala
Algumas cadeiras perto dos sofás
As crianças gritam,
Clamam insistentemente por atenção
Os homens
Todos MÁSCULOS, VIRÍS!
Sobre seus olhos
tudo é GAY!
E ser gay é ruim
Tudo é perturbadoramente agradável
A luz amarela já não me incomoda
Nem os casais
Que vivem a morbidez obesa do matrimônio
A mim, “ARTISTA”
Me resta, apanhar mais um salgado sobre a mesa
Comê-lo!
Apanhar novamente meu copo com guaraná
E misturá-lo ao whisky
Tomando cuidado para que nem meu pai, nem meus sobrinhos sintam o cheiro
A mim, “ARTISTA”
Me resta, ainda acreditar que sou “MAIOR” que tudo isso
Um observador, discreto, intransponível
A mim, “ARTISTA”
Me resta
Assistir, assistir, assistir, assistir, assistir, assistir, assistir...
E escrever
Belo texto, me provocou novamente a necessidade de repensarmos a arte o tempo todo, inclusive enquanto buscamos alcançá-la. A nós artistas, nos resta, talvez, apenas apenas.
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