quarta-feira, 30 de março de 2011
Um brinde ao fim do Big Brother Brasil
BIG BROTHER BRASIL
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.
Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.
Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.
Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.
Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.
O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.
Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.
Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.
Respeite, Pedro Bial
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.
Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.
Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.
A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.
Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.
Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.
Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.
É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.
Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.
A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.
E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.
E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.
E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.
A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.
Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.
Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?
Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…
Vincent Moon, O cineasta trovador
O Vídeo e o Título da postagem são de http://www.youtube.com/user/SaraivaConteudo
Cala a boca Bolsonaro!
terça-feira, 29 de março de 2011
"30 Second Bunnies": Clockwork Orange (Laranja Mecânica)
"I was cured all right"
segunda-feira, 28 de março de 2011
FRAME: Feliz Que o Cinema Francês Esteja Vivo
sexta-feira, 25 de março de 2011
"Canções para Lennin" - O fim de uma genealogia: Morre a última parente viva de Lennin
Olga Ulyanova, a sobrinha do fundador da União Soviética Vladimir Lenin que lutou para que o corpo embalsamado de seu tio permanecesse num mausoléu na Praça Vermelha em Moscou, morreu na sexta-feira na capital russa aos 89 anos.
Olga, uma química, era a última parente viva de Lenin que se tem conhecimento, informou o governo da região russa de Ulyanovsk em comunicado.
"Ela era a última parente viva da família Ulyanov", disse o comunicado. A região nas montanhas do Ural, no leste de Moscou, recebeu o nome em homenagem a Lenin, que nasceu lá e cujo verdadeiro nome era Vladimir Ulyanov.
Lenin, que morreu em 1924, não teve filhos segundo se sabe.
Vinte anos após a queda da União Soviética, ainda existe um amplo debate sobre o que fazer com o corpo de Lenin, que está exposto em seu mausoléu ao lado do Kremlin.
Pesquisas indicam que um terço dos russos quer que o corpo do revolucionário bolchevique seja removido, mas o governo russo se recusa a retirá-lo.
O Partido Comunista, a segunda mais importante força política russa, quer que Lenin seja mantido no mausoléu.
Abaixo, três curtas-metragens sobre o revolucionário russo, divididos em seis partes, sob o genial olhar de Vertov.
Políticas Públicas para o vídeo popular
Por Evandro Santos - Coletivo de Vídeo Popular
Lançamento de livro do poeta português Xavier Zarco
ao longo dos anos
semeei versos
como passos no caminho
que chamei de meu
alguns ainda os trago comigo
são o meu legado
o meu quinhão
meu naco de chão
Exibição de cópia restaurada de "A Hora da Estrela"
Animação ucraniana feita com desenhos na areia
Liz Taylor e Catarina
Rise - Eddie Vedder - Trilha sonorra de "Into the Wild"(Natureza Selvagem)
Atirar-me ligeiro à estrada
quinta-feira, 24 de março de 2011
Cineclube Cinefusão exibe "Alamar", de Pedro Gonzáles Rubio
evento no Facebook: http://www.facebook.com/event.php?eid=162076243847027
quarta-feira, 23 de março de 2011
"An Island" um filme de Efterklang e Vicent Moon
Matilha Cultural faz evento especial para a Mostra do Filme Livre
terça-feira, 22 de março de 2011
Destruição Coletiva
Todo um imaginário coletivo destruído.
Poltronas cederão espaço ao bolso capitalista dos que vendem a não poesia.
Não por ser o Belas Artes, mas a destruição de um espaço cultural é triste... muito triste
FOTO: Marcio Fernandes/AE
Exibição + debate de "Videolência"
Coletivos entrevistados:
CineBecos
Filmagens Periféricas
Brigada de Audiovisual da Via Campesina
Cinescadão
Cinema Nosso
Coletivo Artemanha
Ficha técnica:
Fernando Solidade Soares
Diego FF. Soares
Daniel FagundeS.
Paulo Pucci
domingo, 20 de março de 2011
Realismo do Grotesco em ‘Almas Mortas’ de Gógol.
(Dostoievski)
O conhecimento da vida cotidiana da Rússia no séc. XIX, em seu mais remoto e variado matiz, só a literatura pode fornecer. Mas, no caso de Gógol, por exemplo, sem um conhecimento histórico mínimo de fundo, acharíamos, talvez, menos graça na caracterização mordaz de seus personagens: sempre abusivos e despóticos. Aos gatunos tudo se perdoa frente à “ingenuidade” de seus métodos, fingindo-se ignorar, inclusive, a natureza pouco angelical de seus propósitos. Nesses termos, como não pensar no Brasil: a essência da lei é a infração da lei.
Reconhecemos pegadas machadianas na ironia de Gógol, ou mais propriamente o contrário. Talvez seja maior o acabamento na construção dos romances de Machado, em que a elaboração formal desvela de forma sutil, quase sem pretender, mecanismos psicológicos de classe. Já em Gógol há uma “pretensão edificante”; uma espécie de “ auto-comiseração” do narrador, ausente na narrativa machadiana. Em Gógol o narrador jura não sentir a menor vergonha frente a “fraqueza” de seus personagens, apesar de ser inútil o chamado à redenção moral após a exposição de um quadro tão decadente. Nas últimas páginas de “Almas Mortas”, por exemplo, o narrador torna-se “sério” e cobra responsabilidade cívica dos leitores; mas, vale dizer, é tarde demais: a qualidade do próprio romance já não admite a seriedade.
Há muitos outros traços das “Almas Mortas”, tais como a lógica da mercadoria mediando as relações humanas, quando, por exemplo, compara-se os personagens com coisas inanimadas e animais - pedras, casas, empadas de frango, cavalos, etc. Também a realidade externa, o nível espacial da narrativa, em que as diferentes localidades refletem o caráter de seus proprietários; irradiando-se inclusive como elemento definidor de personagens menores, principalmente camponeses (mujiques), que gravitam à sombra de seus donos, os “grandes”; etc.
“Almas Mortas”, em suma, é a trajetória do personagem Tchitchikov, senhor proprietário de muitas almas de camponeses, “Consultor Civil do Estado”, que passa pela casa de diversos outros proprietários com um interesse comercial um tanto mórbido e obsessivo: comprar almas de camponeses mortos; para constar numericamente, ou por sandice de “colecionador” – só ao fim do romance sabemos seu real interesse.
Apresento alguns trechos da obra, que talvez façam sentir a força da ironia desse grande realista.
___________
O narrador nos apresenta Nosdriov, figura que o herói conheceu em sua jornada:
“De certo modo, Nosdriov era uma personagem histórica. Nenhuma reunião de que ele participasse acabava sem uma história qualquer, tanto que ele, ou acabava a reunião de “braços dados” com a polícia, ou os próprios companheiros eram forçados a empurrá-lo para fora. Ou embebedava-se até ficar reduzido a um riso ininterrupto, ou então acabava com vergonha das próprias mentiras. E mentia sem a menor necessidade: de repente, contava que tinha um cavalo de pelo azul ou cor-de-rosa, a ponto dos ouvintes acabarem por se afastar dele, dizendo: “Eh, meu velho, estás passando da conta” (p. 85)
Assim era Nosdriov! Quem sabe dirão que ele é um tipo superado, que Nosdriov não existe mais hoje em dia. Infelizmente, não terão razão os que assim falarem. Nosdriov ainda permanecerá por muito tempo nesse mundo, e não será fácil exterminá-lo. Ele está entre nós por toda parte e, quiçá, apenas traja uma casaca diferente; mas os seres humanos são superficiais e pouco perspicazes, e um homem de roupa diferente, lhes parece um outro homem”. (p. 86-7)
Já aqui, o narrador descreve uma “agregada” do Sr. Sobakêvitch, proprietário ao qual Tchitchikov está em visita com o objetivo de arrematar mais algumas “alminhas” de camponeses mortos:
“Para o quarto lugar na mesa logo surgiu uma, é difícil definir com segurança, senhora ou senhorita, parenta, governanta, ou simplesmente uma agregada da casa. Há certos indivíduos que existem no mundo não como um objeto, mas como pintinhas ou manchinhas sobre um objeto. Sentam-se sempre no mesmo lugar, mantêm a cabeça na mesma posição, são quase tomados por peças de mobiliário; e no entanto, em algum recanto, principalmente na despensa ou na cozinha, descobre-se que... oh meu deus, oh!”.
O narrador descreve agora o anfitrião Sobakêvitch:
“Parecia que naquele corpo gigante não existia alma nenhuma, ou, se existia, situava-se não no lugar devido, mas, como um bruxo, a alma está envôlta numa casca tão grossa que como quer que se movesse no fundo daquele corpo não conseguia produzir qualquer comoção na superfície...”.
Por fim, o próprio Tchitchikov, tão mesurado e simpático com Sobakêvitch, formula “mentalmente” sua opinião a respeito do mesmo, vendo-o “pelas costas”, por assim dizer:
“Quando olhou para aquele costado que ia na sua frente, amplo como o lombo de um cavalo, e para suas pernas que pareciam os postes de São Petersburgo, não pôde deixar de exclamar mentalmente: ‘Será que já nasceste assim, urso, ou ficaste ursificado com a vida neste buraco distante, amofinando seus mujiques com sua avareza, e por causa de tudo isso te transformaste no que se costuma chamar de unha-de-fome”. (p. 120)
(Nicolai Vassílievitch Gógol, Almas Mortas, Abril Cultural, 1972)
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