Em dois post seguidos, o músico Tom Zé, grande referência artística, declara que vota em Plínio Arruda Sampaio. Parece que Tom Zé é mais um que entende como arte e política estão intrinsicamente ligadas e precisam ser pensadas em conjunto, para somente assim chegarmos a uma verdadeira cultura tupiniquim livre. Vejam, abaixo, os posts, retirados do blog http://tomze.blog.uol.com.br/ que recomendamos.
DECLARANDO VOTO EM PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO
Vi agora o comentário de Djenal à
mensagem anterior. Ele tem o toque do humor leve, que melhora os
assuntos. Como é o segundo comentário sobre minha declaração de voto em
Plínio de Arruda Sampaio, cuja inteligência também se beneficia do
humor, vou levar para o título desta nota o assunto dessa candidatura.
Não fiz isso na postagem anterior e me ponho a pensar no que a profissão
faz comigo. No título ficaram Scandurra, Arnaldo e os festivaleiros.
Nem parecia que logo depois eu comentaria a eleição presidencial. Aqui o
assunto ganha título de matéria. Até agora, e.mails e outras
manifestações escritas têm sido muito dignas, ufa!
As emoções correm e comem soltas, atualmente. Emoções de Oriente Médio
dentro do Brasil, dividindo, criando antagonismos. Por isso "ufa!"
terminou o parágrafo anterior.
É muito bom ver Plínio falar, ouvir sua coragem, sua translúcida
opinião de tanto destemor, suas preocupações com a gente do País, com
pessoas, de modo geral. É uma qualidade importantíssima. Nem todos os
políticos a têm. Neles, considerar pessoas antes de nelas pensar como
eleitores é raro.
Uma pessoa
como Plínio tem tempo de estrada que lhe permita não achar um porre uma
campanha. Espero. Pois é um trabalho duro, envolve uma paciência
que botaria Jó estressado. Já imaginaram quantas mãos apertar,
haja banho de salmoura no fim do dia, quantas perguntas
mal-intencionadas, quantos olhinhos brilhando e dizendo em neon, como um
anúncio: "taí, que é que você vai me dar pelo apoio, cara?" e outros
desrespeitos? Eleição é evento de massa, é assim que é conduzido o
marketing eleitoral televisivo.
Neste
mês saiu na revista Caros Amigos um texto de José Arbex sobre o governo
atual - crítica contrária a ele. Embirro com as usuais críticas ao
presidente e a quem ele apoia porque estão ensopadas de preconceito, são
formuladas por parti pris. Têm ranços classistas. Esta crítica de Arbex
estuda o assunto, as razões populares - falemos em razões quantitativas
- que elegeram os presidentes recentes. Vale a pena olhar e começar a
prestar atenção em contrários e apoiadores. As críticas de Plínio são
também muito boas, elas propõem.
VI SCANDURRA, ARNALDO ANTUNES E FESTIVALEIROS
Domingo no Festival de Cultura
Industrial, roqueiros reunidos em Santo André, estive com Edgar
Scandurra, que músico, hein?! injetando velocidade na guitarra, o
público pulando. Música pode ser necessidade primal. Depois veio
Arnaldo, ele canta tão bem, com aqueles graves fantásticos. Gostei muito
da versão que ele fez de "Bandeira Branca". Já imaginaram música de
Dalva de Oliveira cantada por Arnaldo Antunes? Conseguiram imaginar, eu
sei. Surpreendente aquela emoção feroz, que continua Dalva.
Foi grande cantar para aqueles moleques tão envolvidos de corpo e
garganta no show. Eles faziam coros que dobravam o número de pessoas,
parecia multidão de Maracanã.
Declarei
voto em Plínio de Arruda Sampaio. É extremamente jovem, o mais de
todos, aos 80 anos, e muito experiente. Suas palavras não erram o alvo,
ele tem uma inteligência que lamento conhecer melhor só agora. São Paulo
costuma revelar gente precisa como arqueiros, flecheiros. Plínio tem 60
anos de vida pública correta, é gente direita, como dizemos na Bahia.
São muitas qualidades, é bom ter em quem votar. Falo por mim. Vocês
votem em quem seu discernimento ditar, nesta hora em que a emotividade
come solta, pré-eleitoral.
O Hino do Centenário do Corínthians está no post anterior.
Um pouco de Tom Zé
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