O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cinefusão apoia trabalhadores da Rede cultura

Nesta segunda-feira (9/8), às16h, os trabalhadores da Rede Cultura se reuniram em assembléia para debater o plano de reestruturação anunciado recentemente pelo presidente da Fundação Padre Anchieta (mantenedora da rede), João Sayad.

As mudanças pretendidas pelos gestores da rede poderão acarretar a demissão de cerca de 1400 trabalhadores dos 2150 que integram a fundação. Somente a não renovação dos contratos com a TV Justiça e a TV Assembléia pretendida pela mantenedora levará à demissão de 400 funcionários.

A reestruturação prevê também a extinção de diversos programas que compõe a grade da TV Cultura, um das poucas emissoras públicas que ainda mantém uma produção de relativa qualidade. Programas como “Login” e “Manos e Minas” saíram do ar. Estão na mira agora os programas “Vitrine” e “Entrelinhas”, que foram suspensos temporariamente.

O Jornalismo da emissora também será reestruturado. A idéia é manter somente as produções realizadas em estúdio, com isso seriam dispensados todos os funcionários que trabalham com produções externas – cinegrafistas, produtores, entre outros.

A Fundação pretende transformar a TV Cultura numa espécie de reprodutora, ou seja, privilegiar a produções privadas, terceirizadas.

Projeto de privatização

Durante todos esses anos, a rede vem sofrendo com a diminuição de investimentos, a falta de repasses de verbas, assim como acontece com os serviços de saúde e educação. Tal política colocou a Rede Cultura no mercado, para concorrer com as emissoras privadas. “Ao jogar a Cultura no mundo da disputa do mercado o governo deixa de cumprir com suas obrigações, pois a emissora é pública, é patrimônio da população e, por isso, tem de servir aos anseios da população e não às estratégias de mercado”, aponta Raul Marcelo (psol). Por conta do descaso do governo Serra com o serviço público de comunicação, os equipamentos estão sucateados, os postos de trabalho estão precarizados e rede serve hoje como um enorme cabide de empregos.

Além do sub-financiamento, segundo o diretor do Sindicato dos Radialistas de São Paulo José Marcos, “ninguém sabe para onde vai a verba que vem da venda de produtos da Cultura, como comerciais, programas e outras produções”.

“Sayad acredita que é a Cultura é uma TV ‘velha’, que não precisa do espaço que tem hoje e nem de tantos trabalhadores”, conta José Marcos.

A próxima assembléia acontece na quinta-feira (12/8), às 14h, após a reunião da presidência da mantenedora com representantes do Sindicato dos Jornalistas, Sindicato dos Radialistas e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Matéria editada, fonte: http://raulmarcelo.com.br/2010/2010/08/09/raul-marcelo-declara-apoio-aos-funcionarios-da-tv-cultura/

Para saber mais, leia também matéria publicada pela Carta Capital e a entrevista concedida pelo jornalista Laurindo Leal à revista.

2 comentários:

  1. Mais uma vez, a ânsia lucrativa passando por cima do ser humano. Vamos dizer não dessa vez.

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  2. me agrada que haja escrito sobre esta questão tão delicada que mostra a tendência privatista do governo do estado de São Paulo e do próprio "mercado" da cultura.

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