O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

sábado, 9 de outubro de 2010

Os foras-da-lei do Japão


A Cinemateca Brasileira exibe 17 longas-metragens produzidos entre 1937 e 1996, quase todos eles inéditos no Brasil. Os filmes apresentam um amplo panorama do gênero conhecido no Japão como yakuza eiga, que envolve todos aquelas obras cujas tramas abordam foras-da-lei e organizações criminosas, desde filmes de época (jidaigeki) até produções contemporâneas sobre gângsteres e marginais.

Além de apresentar um inédito panorama histórico da evolução dos yakuza eiga, a mostra “O Sangue Quente do Japão” também oferece ao espectador a oportunidade de entrar em contato com a obra de realizadores japoneses de grande importância e originalidade que permanecem praticamente desconhecidos do grande público, como Hiroshi Inagaki (1905-1980).

Outro realizador de destaque presente à mostra é Kinji Fukasaku (1930-2003), responsável por promover, em meados dos anos 1970, um renascimento dos yakuza eiga com a série de filmes Luta sem código de honra (Jingi naki tatakai), que incluiu oito títulos rodados entre 1973 e 1976.

Confira a programação da Cinemateca Brasileira na íntegra: http://www.cinemateca.com.br/

Em termos de prestígio e reconhecimento crítico, no entanto, nenhum dos cineastas contemplados nessa retrospectiva se compara a Tomu Uchida (1898-1970). Considerado o melhor cineasta do Japão ou o “mais japonês” dos cineastas por muitos críticos e realizadores.

Uchida teve uma longa e notável carreira como diretor desde o período do cinema silencioso, jamais se atendo a um único gênero. Dentre os admiradores confessos de Uchida está o cineasta brasileiro Carlos Reichenbach, que apresenta um debate sobre o mestre na abertura do evento, na Cinemateca.


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