O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

1º gesto da RECUSA: ato em frente ao hotel Jaraguá-SP

retirado do site http://passapalavra.info/

No último sábado, 17 de agosto, grupos culturais de diversas linguagens junto ao Movimento Passe Livre-SP fizeram a primeira manifestação da recém criada Rede Cultural de Solidariedade Autônoma (RECUSA) em frente ao hotel Jaraguá no centro de São Paulo, onde acontecia o II Seminário Procultura do Ministério da Cultura  (MinC) com empresários e produtores culturais.

A participação no evento oficial estava condicionada ao pagamento de R$ 250,00 para os convites comprados com antecedência e R$ 350,00 no dia do seminário. Lá a proposta era discutir o projeto de lei do Procultura (6722/2010), que institui novas regras para o fomento e o incentivo à cultura, como o abatimento fiscal de 4% para 6% para todas as empresas que financiarem projetos culturais. O projeto ainda precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.

Entretanto, do lado de fora, recusando a política do cafezinho às portas fechadas, trabalhadores da cultura, ativistas, agitadores culturais e integrantes de movimentos populares se organizavam num café de rua – “Café Batucada: também quero decidir!” – para denunciar as negociações do MinC e dialogar com a população sobre cultura como direito e não como mercadoria.

A manifestação começou às 10h da manhã do sábado e numa mistura de recusa, festa, denúncia, ironia e provocação estendeu toalhas na calçada do hotel Jaraguá e serviu um grande café da manhã coletivo, com direito a frutas, bolachas, pães, bolos, sucos e, claro, café para os passantes, que puderam ouvir o som da Fanfarra do M.A.L  (Movimento Autônomo Libertário), a rádio poste e cenas com personagens ilustres como a ministra Marta Suplicy e Carmem Miranda.

Ao meio-dia, os manifestantes ocuparam o teatro do hotel Jaraguá, onde acontecia o evento oficial. Sem conflitos, apresentaram seu gesto de recusa através das marchinhas compostas pelo grupo, batucada, jogral e até uma rádio novela, produzida especialmente para o ato, “O casamento de Governoso Minquel Pau-Mandado com Bradesca Itaulícia do Patrocínio“. Com o constrangimento causado nos convidados do Seminário, a RECUSA conseguiu deixar seu recado: disposição para experimentar novos formatos de se manifestar sem negar a necessidade de se correr riscos – da ação direta.

A rede em construção

A RECUSA se formou a partir de conversas chamadas pelo Movimento Passe Livre-SP, após a jornada de lutas pela redução da tarifa em São Paulo, com diversos coletivos e grupos culturais em torno da construção de uma rede de articulação e fortalecimento das lutas de trabalhadores, ativistas, agitadores da cultura e movimentos populares. Essa rede está aberta e em construção e terá seu próximo encontro no dia 02 de setembro, no Espaço Cultural Carlos Mariguella, em Guaianases, zona leste.

Veja abaixo o vídeo do ato de sábado.


Ato da Recusa no Novotel Jaraguá from Passa Palavra on Vimeo.

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