Na semana retrasada filmamos os espetáculo "O Auto do Circo" da Cia Estável de teatro, tratava-se da última temporada do espetáculo que teve sua última apresentação no domingo passado.
Além do enorme respeito que temos pelo cia, e amor por este espetáculo que é seguramente um dos mais fundamentais, importantes - politico-estéticamente - e lindos que já vi, ainda existe uma barreira estética quando trabalhamos uma linguagem que o produto final é diferente ao cinema.
Isto se dá porque na medida em que um espetáculo de teatro é filmado, já não é mais um espetáculo, mas também pelo conservadorismo que o cinema burguês - e, claro, algumas produções da própria "esquerda" - nos impõe, e de uma maneira ou de outra aceitamos, uma movimentação de nossa inventividade num perímetro muito curto, sobretudo, nas possibilidades de narração através da direção de fotografia, da montagem, da direção, direção de arte, som...
Mas de alguma forma, vemos um salto qualitativo evidente no diálogo proposto pelo espetáculo, com a nossa forma de apreensão/narração dele - o que só será explicável quando terminarmos de montá-lo. Mas de alguma forma, e como já havia acontecido em trabalhos como o com a Cia Antropofágica, vemos novas possibilidades de trabalho, principalmente no que diz respeito às formas de narrar, e ainda mais, possibilidades mais concretas de se trabalhar o épico de Brecht no cinema para além da narracão épica natural cinematográfica através da montagem.
A fotos são de Rafael Bacciotti
Nenhum comentário:
Postar um comentário