Não é de hoje que vejo uma nova safra de neo-marxistas ultra-críticos surgirem, não necessariamente por terem lido, entendido, e exercem o trabalho proposto por Marx - ou apenas a realidade desnudada, decifrada associando ao nosso momento histórico -, mas ao contrário, como alguns cristãos que não leram a bíblia, entretanto acreditam piamente em deus.
Para esses mesmos neo-marxistas, Marx obviamente é deus, e o capital a bíblia. E ao mesmo tempo, para eles o trabalho de Marx é muito mais cientifico do que humano, ou seja, se cientificamente o socialismo é possível, não importaria, inclusive, se não fosse uma real necessidade - o que, para mim, é sim uma necessidade, deixo claro para me proteger dos ultra-críticos .
Não acho, é claro, que haja obra ou forma de captar a realidade concreta, o que de fato é o capital, a luta de classes, e a possibilidade - e NECESSIDADE - de emancipação do homem, desenvolvimento de suas potencialidades, semelhante ao trabalho de Marx. Contudo, me parece, que para os tais neo-marxistas-cristãos-ultra-críticos se surgisse uma nova doutrina - um exemplo ultra abstrato - que adicionasse um único átomo que modificasse todo o trabalho de Marx, mas que mantivesse a essência no sentido humano, de abolição das classes, etc. em outras palavras algo que mantivesse o ideal de emancipação humana, aquilo que no fundo as pessoas que realmente leram, entenderam e militam verdadeiramente pela humanidade concordariam essencialmente; se essa nova doutrina não tivesse mais o "signo" socialismo, e ao invés de Marx, fosse Marcos, os mesmos neo-marxistas não concordariam e lutariam fielmente contra. Pois do que adianta ter a “mesma essência”, se não se chama Marx, e se não se chama socialismo. Ouso dizer ainda que para os tais neo-marxistas-cristãos, se o próprio Marx reencarnasse, no corpo de uma tal Joana e aplicasse tais mudanças à doutrina, da mesma forma de nada adiantaria, já que não teria a expressão sisuda, a barba, etc.
Outro ponto que acho bastante interessante é o como todos os tipos de doença, comportamento são pequeno-burgueses. Não só por experiência pessoal, mas por ver outros amigos também marxistas tendo profundos problemas físicos, emocionais, mentais, pela própria radicalização de sua militância, de sua arte, de seu comportamento; do outro lado sempre estavam os neo, sempre bem-humorados, críticos, e prontos para aplicar uma espécie de sadismo sobre os novos depressivos classe-medianos.
A noção de processo para os neo é tão viva, que faz mais sentido intensificar os problemas de saúde desses contra-revolucionários pequeno-burgueses - menos marxistas - e deixar com que morram em sua angústia, pois faz parte do processo (mesmo que isso demonstre contraditoriamente a noção mais sádica e clássica de um tirano), e não faria sentido prestar qualquer forma de assistencialismo, do que tentar entender que a própria elevação crítica, artística, humana, e necessidade de vida - nova vida, no mundo - desses depressivinhos é o que os leva a adoecer.
Se a coisa continuar do jeito que está, até a gripe vai ser pequeno-burguesa.
muito bom!
ResponderExcluir