Em um apartamento, num bairro pequeno burguês de São Paulo capital, dois jovens artistas(ambos músicos, atores e dramatugos), do tipo bem vila madalena, semelhantemente frustrados sobre as confusões existenciais impostas pelo mundo que os circundam discutem:
DESESPERADO
Não dá mais...
ASPIRANTE AO MARXISMO
Não dá mais o que, camarada?
DESESPERADO
Essa sujeira toda...
ASPIRANTE AO MARXISMO
A do governo?
DESESPERADO
Não, a do apartamento! A gente não consegue
mais dar conta sozinho.
ASPIRANTE AO MARXISMO
Certo! E o que você sugere?
DESESPERADO
Precisamos de uma diarista?
Certo! E o que você sugere?
DESESPERADO
Precisamos de uma diarista?
ASPIRANTE AO MARXISMO
De jeito nenhum, camarada!
Não me permitiria ir tão fundo na raizes
de meu espirito determinado pelo capitalismo.
DESESPERADO
Mas e o porteiro? O lixeiro?
O garçom? O cara dos esgoto?
ASPIRANTE AO MARXISMO
Há alguns momentos na vida, dentro desse sistema,
que vivemos, e que temos algumas pequenas escolhas,
Não me permitiria ir tão fundo na raizes
de meu espirito determinado pelo capitalismo.
DESESPERADO
Mas e o porteiro? O lixeiro?
O garçom? O cara dos esgoto?
ASPIRANTE AO MARXISMO
Há alguns momentos na vida, dentro desse sistema,
que vivemos, e que temos algumas pequenas escolhas,
ainda que ridículas, mas que nos permitem manter o único
suspiro de dignidade vivo.
DESESPERADO
O fato é que precisamos criar! E não temos tempo!
Pois temos que trabalhar, limpar, cozinhar, e só daí
trabalharmos nos que queremos, que muitas vezes não
acumula nem sete horas na semana.
ASPIRANTE AO MARXISMO
suspiro de dignidade vivo.
DESESPERADO
O fato é que precisamos criar! E não temos tempo!
Pois temos que trabalhar, limpar, cozinhar, e só daí
trabalharmos nos que queremos, que muitas vezes não
acumula nem sete horas na semana.
ASPIRANTE AO MARXISMO
O que você não quer admitir é que o patrão que tira o
seu tempo, e não a empregada que vai de devolver ele.
continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário