Os irmãos Taviani se apaixonaram por cinema após assistirem Paisà do mestre Rossellini, que presidiu o júri do Festival de Cannes de 1977 e entregou pessoalmente nas mãos dos irmãos a Palma de Ouro pelo drama familiar "Pai Patrão".
O filme narra a história verídica de Gavino, um garoto que ainda novo é obrigado pelo pai a abandonar os estudos para trabalhar no campo, no interior da Sardenha. Trata-se, talvez, de uma das mais intensas jornadas de busca cultural já revelada pelo cinema. O esquema patriarcal imposto pelo pai impede inclusive o desenvolvimento intelectual do filho, que pensa e age como uma das ovelhas das quais cuida, encontrando no estudo sua única defesa possível.
É um cinema pós neorealismo que ainda bebe nas fontes neorealistas, mas busca uma essência própria. Os atores amadores e o dialeto sardo acentuam esse realismo bruto , mas há toda uma construção poética e fantasiosa que ressalta um clima fabulesco e de desdramatização constante no filme. Cinema bem italiano, no que de melhor isso possa significar.
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