O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

CINECLUBE CINEMA EM REVISTA - CICLO CINE-DEMÊNCIA #6


No dia de finados, não iremos ao cemitério, não levaremos flores, não rezaremos e não choraremos a morte. Realizaremos o nosso ritual pagão. É debaixo da tempestade que se anuncia que celebraremos o cinema nosso de cada dia, bebendo e debatendo o que foi e ainda é forte. É nesse clima que o Cineclube Cinema em Revista realiza a 6ª sessão do ciclo cine-demência e exibe 7 curtas-metragem, numa tentativa cabalística de reafirmar a força de um cinema paulista que sabe ser vivo.

“Exemplo Regenerador” (1919, José Medina)
“Mário Gruber” (1966, de Rubem Biáfora) 
“Uma Rua Chamada Triumpho” (1971, Ozualdo Candeias)
“Migrantes” (1973, João Batista de Andrade)
“Blablablá” (1975, Andrea Tonacci)
“Nem Verdade, Nem Mentira” (1979, Jairo Ferreira)
“Divina Previdência” (1983, Sergio Bianchi)

O ciclo cine-demência, uma evidente homenagem ao mestre Carlão Reichenbach, tem como proposta a discussão estética e política, dentro do âmbito de um cinema paulista que se organiza de forma independente e propõe a experimentação da linguagem e o filme-risco, posicionando-se claramente contrário ao cinema-mercadoria e àquilo que convencionou-se chamar de "filme médio", e que nós denominamos medíocre.

Trata-se de uma iniciativa de coletivos de cinema e teatro Coletivo Cinefusão, Zagaia em Revista, PARACATUZUM, Cia Antropofágica, Tela Suja Filmes e Núcleo de Estudos Cynematográficos) que, posicionados dentro de um campo de disputa simbólica, vêm, a partir da experiência de um cineclube permanente, propor reflexões críticas em torno da experiência coletiva e da necessidade de um outro fazer cultural e cinematográfico. As sessões são gratuitas e irão ocorrer todo primeiro domingo do mês, às 18h01. 

Cineclube, experiência de recuperação do espectador morto. Espaço onde o óbito não é aceito sem diagnóstico. O especialista, neste caso, está mais do que convidado, mas aqui o diagnóstico é feito de forma coletiva, sobre a égide do universalismo, em contraponto com a educação tecnocrata das instituições de ensino. Ciclo Cine-Demência. O cineclube é permanente, Cineclube Cinema Em Revista. Um participa da ação do outro. E afirmamos: A arte tem que ter uma perspectiva revolucionária, caso contrário, os ursinhos carinhosos dominarão. Será sempre convidado alguém que valha realmente a pena, inclusive, os sujeitos da mídia-piada brasileira. Neste caso, não garantimos que não ocorra um ataque feroz por parte dos presentes, sempre no nível do debate, mas prometemos lançá-lo para o abismo de suas contradições.

Estão quase todos convidados: 

“E sobretudo, meu corpo, da mesma forma que a minha alma, evitem ficar de braços cruzados em atitude estéril de espectador, porque a vida não é um espetáculo, porque um mar de dores não é um proscênio, porque um homem que grita não é um urso dançando...”

(Aimé Cesaire)

DOMINGO, 02 DE NOVEMBRO, 18h01
GRÁTIS
ECLA (ESPAÇO CULTURAL LATINO AMERICANO) - RUA ABOLIÇÃO, 244 - BIXIGA

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