O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

II Feira Antropofágica de Opinião no Memorial da América Latina

É com enorme satisfação que o Coletivo Cinefusão estará, ao lado de 40 grupos convidados, na II Feira Antropofágica de opinião. Exibiremos um vídeo-experimento no domingo, dia 07, às 19h. Ressaltamos a importância de somarmos forças neste evento, que tem a papel histórico de colocar o debate estético e político na ordem do dia.




São 40 grupos de teatro em quatro dias de eventos. São músicos, poetas, artistas plásticos e coletivos de cinema. Todos em torno de uma pergunta: “O que Pensa Você do Brasil de Hoje?” Este é o mote da II Feira Antropofágica de Opinião produzida pela Companhia Antropofágica, no evento que acontece de 04 a 07 de junho, das 14h às 22h, no Memorial da América Latina, na Barra Funda, São Paulo.

Com direção geral de Thiago Reis Vasconcelos, a II Feira Antropofágica de Opinião pretende discutir – por meio de diversos segmentos artísticos – o cenário sociopolítico do Brasil atual. Serão intervenções artísticas com teatro, música, cinema, poesia e artes plásticas. Três palcos serão reservados às apresentações teatrais com encenações de 15 a 30 minutos.

As apresentações musicais serão em um palco específico. Já a projeção de audiovisuais acontece ao ar livre, podendo ser vista de diversas partes do evento. Pensar é compreender. Logo, a Antropofágica provoca os artistas a darem suas compreensões e respostas a este questionamento. Por sua vez, instigar o público a refletir sobre este Brasil contemporâneo. Assim, trazer uma reflexão como uma função social da arte.

Como inspiração, está a Primeira Feira Paulista de Opinião, que aconteceu em 1968. Organizada pelo Teatro de Arena, com direção geral do ensaísta e dramaturgo AUGUSTO BOAL (1931-2009), aquele evento aconteceu quando entrou em vigor o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que marca o período mais duro da ditadura militar (1964-1985).

Para driblar a censura, acontecia em teatros, cujos diretores com peças em cartaz, cediam uma parte do seu tempo para a feira. Nomes das artes cênicas como GIANFRANCESCO GUARNIERI (1934-2006), LAURO CÉSAR MUNIZ, BRÁULIO PEDROSO (1931-1990), PLÍNIO MARCOS (1935- 1999), entre outros, e da música como GILBERTO GIL, CAETANO VELOSO, SÉRGIO RICARDO, EDU LOBO, e artistas plásticos, como NELSON LEIRNE, participaram da empreitada.


Remasterizada– Como comenta a psicanalista e atriz CECÍLIA BOAL, viúva do dramaturgo, “uma feira itinerante e cigana, que se tornou uma romaria”. Cecília participará da mesa de abertura da feira 2015. Em fevereiro de 2014, a Companhia Antropofágica retoma a ideia dos seus idealizadores com a mesma pergunta norteadora de Boal: “O que Pensa Você do Brasil de Hoje?”.

Assim, acontecia a II Feira Paulista de Opinião, que dava lugar à I Feira Antropofágica de Opinião, que aconteceu no Espaço Cultural Tendal da Lapa. Desta vez, com a impressão digital da Companhia Antropofágica, fundada em 2002, com o conceito de brasilidade do Manifesto Antropófago e da Semana de Arte Moderna de 1922. Entre outras atividades, a reedição da feira contou com palestras e a presença de participantes da feira de 1968. Contou também com a reapresentação do livro Teatro do Oprimido [Augusto Boal, Cosac Naify].


Teatro de Esquerda – Idealizador do Teatro do Oprimido e integrante do Teatro de Arena, Boal via as artes cênicas como espaço para a atuação política, libertária e transformadora. Suas técnicas dramáticas mostram que teatro é ação. Logo, o espectador também pode ser sujeito atuante do processo cênico. Suas ideias dialogam com o pensamento e a obra de PAULO FREIRE (1921-1997) na sua Pedagogia do Oprimido.

Segundo o diretor Thiago Reis Vasconcelos, nos últimos 20 anos, o chamado teatro de grupo aponta modificações expressivas para a linguagem teatral. “Este fenômeno recente tem fortes ligações com grupos de outras épocas, além de manter um diálogo vivo e constante com as outras linguagens artísticas”, compara.

Quinta-feira - 04 de Junho de 2015
14h00 - Karroça Antropofágica
14h30 - Abertura com Cecília Boal
15h00 - Grupo OPNI / Clara Ianni
15h30 - Companhia Estudo de Cena
16h00 - Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes
16h30 - Núcleo Bartolomeu de Depoimentos
17h30 - Teatro dos Ventos
18h00 - Companhia Antropofágica
18h30 - Núcleo Sem Drama
19h00 - Wanderley Martins
19h30 - Companhia Estudo de Cena
20h00 - Kiwi Companhia de Teatro
20h30 - Pessoal do Faroeste
21h00 - Folias D`Arte 21h30 - Grupo Rima Fatal da Leste

Sexta-feira - 05 de Junho de 2015
14h00 - Grupo Pandora de Teatro
14h30 - Cia do Tijolo
15h00 - Núcleo Pavanelli
15h30 - Cia Teatral Boccaccione
16h00 - Grupo Rosa dos Ventos
16h30 - Cia Humbalada
17h00 - Mamulengo da Folia
17h30 - Companhia Ocamorana
18h00 - Mariana Moreira
18h30 - Coletivo de Galochas
19h00 - Coletivo Zagaia
19h30 - Cia dos Inventivos
20h00 - Companhia Antropofágica
20h30 - Teatro de Narradores
21h30 - Grupo Odisséia das Flores

Sábado - 06 de Junho de 2015
14h00 - Teatro VentoForte
14h30 - Grupo Teatral Parlendas
15h00 - Coletivo Território B
15h30 - Grupo Redimunho de Investigação Teatral
16h00 - Arlequins Grupo de Teatro
16h30 - Coletivo Cê
17h00 - Núcleo 184
17h30 - Grupo Sem Fronteiras de Teatro do Oprimido
18h30 - Cia São Jorge de Variedades
19h00 - Coletivo Tela Suja Filmes
19h30 - Brava Companhia
20h00 - Grupo Clariô de Teatro
20h30 - Cia Estável
21h00 - Companhia do Feijão
21h30 - Sérgio Ricardo

Domingo - 07 de Junho de 2015
14h00 - Companhia Antropofágica
14h30 - Teatro da Neura 
15h30 - Bando Trapos
16h00 - Grupo Buraco d`Oráculo
16h30 - Satyros
17h00 - Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes
17h30 - Cia Artehúmus de Teatro
18h00 - Alípio Freire e Ateliê XXII de Artes Plásticas
18h30 - Pombas Urbanas
19h00 - Coletivo Cinefusão
19h30 - Cia Teatro Documentário
20h30 - Juh Vieira
21h00 - Companhia Antropofágica
21h30 - Karroça Antropofágica


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