Exposição-crítica a debate em rede social(facebook) sobre o caso de Orongotangos que estão sendo usados como prostitutas na Indonésia.
"[…] Uma parte da burguesia procura remediar os males sociais para a existência da sociedade burguesa.
Nessa categoria enfileiram-se os economistas, os filantropos, os humanitários, os que se ocupam em melhorar a sorte da classe operária , os organizadores de beneficências , os protetores dos animais, os fundadores das sociedades anti-alcoolicas, enfim os reformadores de gabinete de toda categoria. Esse socialismo burguês chegou até a ser elaborado em sistemas completos."
Karl Marx - Friedrich Engels
Manifesto Comunista
Manifesto Comunista
1 - [Fulano] eu não entro tanto no facebook, por onde posso ter acesso ao como você se expõe politicamente ( isso porque já não temos uma convivência a ponto de entender como você se coloca e vê o mundo), e acho que o primeiro problema está aí: nunca consigo entender, dentro do pensamento que você divide publicamente, se aquilo que você tenta construir é de natureza Ética, Politica ou Moral.
Na maioria das vezes soa moral, só que mesmo essa moral - obviamente dotada de subjetividade e visões confusas construídas pelo individuo naturalmente em conflito com o mundo que vive, e o que quer viver - é mal construída, pois não vejo, em momento algum, você questionando do que se tratam exatamente essas premissas morais, o que são cada um destes conceitos dos quais tanto fala?
Então como em vários momentos da vida, o que acontece, com todos nós, sobretudo quando ainda estamos entendendo o mundo em que vivemos e do que se trata a palavra "politica", é quase uma atitude adolescente, que é detectar problemas e achar que a resolução deles está dentro de sensações ou ainda impressões individuais. Ou seja, faz pouco sentido dizer isso, pois há coisas quais nunca passei, ou você, ou qualquer um.
Mas existem algumas lições, bastantes próximas que nos revelam que essa nossa ação no mundo deve ser politica (dentro da politica em diversos âmbitos surge o que chamamos de "ethos" ou ética, geralmente responsável, inclusive, por gerenciar esses impulsos morais, adolescentes, loucamente sensíveis, sem contar é claro o bom e velho recalque, que nosso amigo Freud tanto nos falou). Um destes exemplos é a fome. Por mais que por um momento pequeno e fugaz alguém já passou fome, e sabe como dói (e, claro, podemos especificar que há pessoas que tem fome "de que", umas por mero requinte, outras por questões de saúde, um diabético, por exemplo), logo, e através da história vemos isso, a fome foi um tema, uma luta, gerou lutas, guerras, e guerras geraram fome, então entende-se que a fome, junto aos casos específicos que ela engendra, é algo comum e doloroso, todos passamos e estamos sujeitos, e nada mais natural que homens que produzem, transformam a natureza e representam a unidade social minima, ou seja 2 homens, de se ajudarem a ponto de que nenhum homem passe mais fome: não é isso que vemos.
O outro exemplo é um que está ligado também com uma experiência dolorosa, ao menos aparentemente, já que nunca passei por ela. Um estupro. Caso recente, você deve lembrar, um estuprador teve pênis cortado e colocado em sua boca, as fotos foram postadas no facebook. O fato é: "não importa" (entenda que não importa pois vamos analisar o que isto teve como consequência) quem cortou o pênis e colocou na boca dele, mas o mais curioso/assutador é quanto foi louvado o ato, por pessoas que não promoveram o ato, não são sequer conhecidos da vítima, e nunca tiveram experiência semelhante. Ou seja, a partir do espetáculo criado pela barbárie, as pessoas vangloriavam um ato que para elas "transparecia" cruel. Ou seja, se exclui qualquer construção social (o que acaba por influenciar completamente na psique), tanto do individuo que estupra, quanto do estuprado - mais uma vez é óbvio que estamos discutindo a espetacularização da barbárie, e a disseminação dela por aqueles que tentam ser os heróis de um ambiente já destruido; apesar de implicito, mas não claro não deixamos de lado que a sociedade capitalista é constituída também sob o patriarcado, a mulher reduzida a mero objeto, suprimida, e que muitas vezes pequenas extensões da opressão (como o fato de andar na rua e estar sujeita a ouvir qualquer tipo de baboseira, como se fosse uma mercadoria ambulante) à mulher acabam por serem justificadas por debaixo dos panos.
Óbvio, há diversos problemas (apesar de achar que não temos uma ciência - paradoxalmente - humana) que dão origem, por exemplo, a deformidades ao cérebro, e que são mais complexos, pois são exceções que não sabemos lidar, pois nosso sistema não visa o bem-estar dos homens - aqueles que produzem, representam a unidade social minima, transformam a natureza, elaboram, são naturalmente artistas, capazes de mudar o mundo, sentir, etc -, mas sim o bem-star de uma classe - sempre, veja bem, sempre em detrimento de outra -, que só de ser chamada de "classe" já deixa claro que representa uma função num certo grau da hierarquia deste sistema, correto? Esta mesma classe possui acesso a serviços que nós - que temos consciência de classe, ou não? -, junto a uma outra massa gigantesca, que representa a maior parate da humanidade (hoje em dia graças as crises, (des)evolução do capitalismo, divida em diversos trabalhos, informais, meio-periodo, todos garantindo muitas vezes uma exploração mais amena, isto que, inclusive, assegura argumentos como "comunistas se escondem atrás de didatismo, luta de classes e não entendem a real raiz do problema") não temos: segurança privada, por exemplo, e muitas vezes segurança do próprio estado para proteger o patrimônio privado ( vide Pinheirinho).
Isto posto, há possibilidades infinitamente menores de uma pessoa de classe dominante, que possui uma proteção tão grande, de correr o risco de ser estuprada (para os apegados à estatísticas, é só conferir). O que consequentemente, e o que estamos cansados de saber culmina única e simplesmentes no extermínio das classes suprimidas por elas mesmas, mais um exemplo: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u468139.shtml
Pensando nessa rápida construção, conseguimos entender que as pessoas que compartilham e se alimentam deste ato bárbaro, estão munidas exatamente do que? De razão? De uma análise profunda sobre a questão? E por isso apoiaram a ação contra o estuprador? De uma experiência individual de estupro? De uma sensação de algo que aparenta ser ruim? (veja bem, estou analisando algo do qual não tive acesso empirico, por isso seria loucura eu afirmar algo sobre isso, tão fugaz e irresponsável quanto às pessoas que apoiaram este ato: pois querer pensar como um "louco" é estar "louco". O máximo que posso fazer é dentro de um ethos construído em mim, regido pela história e que desemboca num sistema - que sou contra e luto para mudá-lo - que rege a construção de uma politica e consequentemente deste ethos, pois é impossível estar fora deste sistema, é dizer que dentro daquilo que estou definindo como homem - espécie humana ou humanidade - nos paragráfos acima, não deve ser coagido, forçado através da violência, sem nenhum tipo de possibilidade de reação a fazer aquilo que não quer, é politicamente, eticamente e ouso dizer moralmente errado). Isto levando em conta como as coisas estão postas no mundo, por mais que o desejo seja mudá-lo absolutamente, as forças que o regem o mundo operam constantemente, e se ignorar o funcionamento dessas forças não há mudança, e essa mudança parte do entendimento completo de como operam essas forças, e não de deírios ultra-individuais, como a pregam os pós-modernos: "cada um tem sua verdade, depende o ponto de vista".
2 - Não vale a pena discutir o tal do que você chamou de "divino", e outros de deus, ou ideia de deus, como algo que tem o poder de castigar. Até porque se é tão potente, inabalável, inomeável, intocável, inaudível, não faz sentido sequer falar sobre ele, vamos voltar para terra e tentar resolver o nosso. Como diria um amigo: " Falar com deus eu até entendo, agora ele responder já é esquizofrenia". Mas já que você ao menos tenta construir um pensamento que expressa algum tipo de ética, ou politica - que tenta, pois não detecto -, você ignorar o que uma das pessoas falou sobre "deus", "castigo", não é só uma atitude covarde, assim como é incoerente e oportunista, pois se na sua argumentação não está implicíto essas construções, você estaria usando de algo qual mesmo não acreditando, ou analisando como coerente, é útil ao seu argumento, logo seu argumento não se sustenta, pois assim , como quase todos os conceitos que você expõe, você não sabe o como é construída sua teoria, ou aquilo que você defende como ser humano, como prática, como mundo (e não confunda teoria, práxis, e como pensa isso para a mudança efetiva no mundo, com um mero de didatismo, que mais uma vez acho que você foi equivocada e impulsiva ao usar; e mais, entenda, que todas estas critícas se tratam do como nós nos colocamos no mundo, nossas pequenas verdades, convicções única e simplesmente provadas internamente, que não se estendem com sentido ao mundo, aqui já não importam).
3 -" quem criou o capitalismo? não foram os humanos? e a desigualdade? e quem justifica a morte de outros (humanos ou não) com todos os tipos de desculpas?[…] vai além de luta de classes. falamos aqui de "HUMANIDADE", "SENSIBILIDADE"…"
O primeiro ponto disso acho que é o status de entidade maligna que se dá ao capitalismo. Óbvio é um sistema baseado na exploração como meio de reprodução, e que conforme se transforma, se torna mais cruel, perverso, entra em crise, e cria ocndições para seu fim. Sem juízo de valor, em dado momento da história ele foi posto, guardadas as devidas proporções, como necessário, não é mais, e exatamente o contário tempos produção e capacidade o bastante para um tipo de sistema onde o ser humano possa explorar de fato suas potencialidades, suas capacidades de elaboração, que possa finalmente entrar em contato com a essência de tudo aquilo que é colocado mas nunca, necessariamente, definido: você fala de amor, sensibilidade, que humanidade e que sensibilidade é essa de que fala?
"Conheci pessoas super pobres, praticamente na miséria que exalam compaixão e amor. É uma questão outra. Justificamos com "luta de classes", luta disso e daquilo e não vamos DE FATO À RAIZ DA COISA. Violência. Nada se resolve ou se resolverá com violência, exploração e matanças. Isso precisa acabar. E agora isso, além de carne, leite, ovos (e outras e outras aberrações) o tal "ser humano" explora também os animais não humanos sexualmente. Oi?"
Do que se trata essa compaixão e amor que exalam os miseráveis? Em que medida um miserável por ser miserável e fazer atos que lemos como bons (dar um saco de arroz a outro miserável, ir à igreja, devolver uma carteira com dinheiro ao dono, ter suas contas em dia) é de fato bom? Num mundo onde não pode ser bom, se é que temos claro este tal conceito. O que faz deste miserável bom? Não basta detectar um sentido de benevolência num ato, mas o como ele está engendrado. A questão é dialética, e nada maniqueísta, como numa greve em que um operário(a) que sabendo que será mandado(a) embora fure a greve por conta de uma família que tem para alimentar, mas que em última instância, esta greve trará beneficio para toda uma categoria (e que se caso ele aderisse deveria lutar para que este operário não fosse demitido - isto no plano mais reformista que consigo ir), ou seja outros vários trabalhadores, outras várias famílias, outras várias extensões deste fura-greve no mundo, isto posto: o ato é bom ou ruim?
Justificamos com "Luta de classes"? como assim? Você fala como se a luta de classes fosse um pretexto ultra-interno, elaborado ontem a noite durante a janta. Só que é exatamente o contrário, para se chegar neste tema-conceito, assim como vários outros, foi necessário trabalho, análise, elaboração, e sobretudo suspensão do juízo, ainda que em contato constante e sem, em momento algum, desconsiderar a humanidade.
Por que a violência é a raiz da coisa? O que você entende como violência? Se a violência é a raiz da coisa, então a luta de classes, e todos problemas especificos do mundo derivam dela? Desta forma a violência dentro da construção do seu pensamento, e da forma como fala, é sempre algo ruim, correto? Mas, me corrija se estiver errado, a violência é algo - se é que consigo definir-, algo que expressa de outras formas, ou seja que nem sempre de forma "ruim", por exemplo na arte.
O outro exemplo é um que está ligado também com uma experiência dolorosa, ao menos aparentemente, já que nunca passei por ela. Um estupro. Caso recente, você deve lembrar, um estuprador teve pênis cortado e colocado em sua boca, as fotos foram postadas no facebook. O fato é: "não importa" (entenda que não importa pois vamos analisar o que isto teve como consequência) quem cortou o pênis e colocou na boca dele, mas o mais curioso/assutador é quanto foi louvado o ato, por pessoas que não promoveram o ato, não são sequer conhecidos da vítima, e nunca tiveram experiência semelhante. Ou seja, a partir do espetáculo criado pela barbárie, as pessoas vangloriavam um ato que para elas "transparecia" cruel. Ou seja, se exclui qualquer construção social (o que acaba por influenciar completamente na psique), tanto do individuo que estupra, quanto do estuprado - mais uma vez é óbvio que estamos discutindo a espetacularização da barbárie, e a disseminação dela por aqueles que tentam ser os heróis de um ambiente já destruido; apesar de implicito, mas não claro não deixamos de lado que a sociedade capitalista é constituída também sob o patriarcado, a mulher reduzida a mero objeto, suprimida, e que muitas vezes pequenas extensões da opressão (como o fato de andar na rua e estar sujeita a ouvir qualquer tipo de baboseira, como se fosse uma mercadoria ambulante) à mulher acabam por serem justificadas por debaixo dos panos.
Óbvio, há diversos problemas (apesar de achar que não temos uma ciência - paradoxalmente - humana) que dão origem, por exemplo, a deformidades ao cérebro, e que são mais complexos, pois são exceções que não sabemos lidar, pois nosso sistema não visa o bem-estar dos homens - aqueles que produzem, representam a unidade social minima, transformam a natureza, elaboram, são naturalmente artistas, capazes de mudar o mundo, sentir, etc -, mas sim o bem-star de uma classe - sempre, veja bem, sempre em detrimento de outra -, que só de ser chamada de "classe" já deixa claro que representa uma função num certo grau da hierarquia deste sistema, correto? Esta mesma classe possui acesso a serviços que nós - que temos consciência de classe, ou não? -, junto a uma outra massa gigantesca, que representa a maior parate da humanidade (hoje em dia graças as crises, (des)evolução do capitalismo, divida em diversos trabalhos, informais, meio-periodo, todos garantindo muitas vezes uma exploração mais amena, isto que, inclusive, assegura argumentos como "comunistas se escondem atrás de didatismo, luta de classes e não entendem a real raiz do problema") não temos: segurança privada, por exemplo, e muitas vezes segurança do próprio estado para proteger o patrimônio privado ( vide Pinheirinho).
Isto posto, há possibilidades infinitamente menores de uma pessoa de classe dominante, que possui uma proteção tão grande, de correr o risco de ser estuprada (para os apegados à estatísticas, é só conferir). O que consequentemente, e o que estamos cansados de saber culmina única e simplesmentes no extermínio das classes suprimidas por elas mesmas, mais um exemplo: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u468139.shtml
Pensando nessa rápida construção, conseguimos entender que as pessoas que compartilham e se alimentam deste ato bárbaro, estão munidas exatamente do que? De razão? De uma análise profunda sobre a questão? E por isso apoiaram a ação contra o estuprador? De uma experiência individual de estupro? De uma sensação de algo que aparenta ser ruim? (veja bem, estou analisando algo do qual não tive acesso empirico, por isso seria loucura eu afirmar algo sobre isso, tão fugaz e irresponsável quanto às pessoas que apoiaram este ato: pois querer pensar como um "louco" é estar "louco". O máximo que posso fazer é dentro de um ethos construído em mim, regido pela história e que desemboca num sistema - que sou contra e luto para mudá-lo - que rege a construção de uma politica e consequentemente deste ethos, pois é impossível estar fora deste sistema, é dizer que dentro daquilo que estou definindo como homem - espécie humana ou humanidade - nos paragráfos acima, não deve ser coagido, forçado através da violência, sem nenhum tipo de possibilidade de reação a fazer aquilo que não quer, é politicamente, eticamente e ouso dizer moralmente errado). Isto levando em conta como as coisas estão postas no mundo, por mais que o desejo seja mudá-lo absolutamente, as forças que o regem o mundo operam constantemente, e se ignorar o funcionamento dessas forças não há mudança, e essa mudança parte do entendimento completo de como operam essas forças, e não de deírios ultra-individuais, como a pregam os pós-modernos: "cada um tem sua verdade, depende o ponto de vista".
2 - Não vale a pena discutir o tal do que você chamou de "divino", e outros de deus, ou ideia de deus, como algo que tem o poder de castigar. Até porque se é tão potente, inabalável, inomeável, intocável, inaudível, não faz sentido sequer falar sobre ele, vamos voltar para terra e tentar resolver o nosso. Como diria um amigo: " Falar com deus eu até entendo, agora ele responder já é esquizofrenia". Mas já que você ao menos tenta construir um pensamento que expressa algum tipo de ética, ou politica - que tenta, pois não detecto -, você ignorar o que uma das pessoas falou sobre "deus", "castigo", não é só uma atitude covarde, assim como é incoerente e oportunista, pois se na sua argumentação não está implicíto essas construções, você estaria usando de algo qual mesmo não acreditando, ou analisando como coerente, é útil ao seu argumento, logo seu argumento não se sustenta, pois assim , como quase todos os conceitos que você expõe, você não sabe o como é construída sua teoria, ou aquilo que você defende como ser humano, como prática, como mundo (e não confunda teoria, práxis, e como pensa isso para a mudança efetiva no mundo, com um mero de didatismo, que mais uma vez acho que você foi equivocada e impulsiva ao usar; e mais, entenda, que todas estas critícas se tratam do como nós nos colocamos no mundo, nossas pequenas verdades, convicções única e simplesmente provadas internamente, que não se estendem com sentido ao mundo, aqui já não importam).
3 -" quem criou o capitalismo? não foram os humanos? e a desigualdade? e quem justifica a morte de outros (humanos ou não) com todos os tipos de desculpas?[…] vai além de luta de classes. falamos aqui de "HUMANIDADE", "SENSIBILIDADE"…"
O primeiro ponto disso acho que é o status de entidade maligna que se dá ao capitalismo. Óbvio é um sistema baseado na exploração como meio de reprodução, e que conforme se transforma, se torna mais cruel, perverso, entra em crise, e cria ocndições para seu fim. Sem juízo de valor, em dado momento da história ele foi posto, guardadas as devidas proporções, como necessário, não é mais, e exatamente o contário tempos produção e capacidade o bastante para um tipo de sistema onde o ser humano possa explorar de fato suas potencialidades, suas capacidades de elaboração, que possa finalmente entrar em contato com a essência de tudo aquilo que é colocado mas nunca, necessariamente, definido: você fala de amor, sensibilidade, que humanidade e que sensibilidade é essa de que fala?
"Conheci pessoas super pobres, praticamente na miséria que exalam compaixão e amor. É uma questão outra. Justificamos com "luta de classes", luta disso e daquilo e não vamos DE FATO À RAIZ DA COISA. Violência. Nada se resolve ou se resolverá com violência, exploração e matanças. Isso precisa acabar. E agora isso, além de carne, leite, ovos (e outras e outras aberrações) o tal "ser humano" explora também os animais não humanos sexualmente. Oi?"
Do que se trata essa compaixão e amor que exalam os miseráveis? Em que medida um miserável por ser miserável e fazer atos que lemos como bons (dar um saco de arroz a outro miserável, ir à igreja, devolver uma carteira com dinheiro ao dono, ter suas contas em dia) é de fato bom? Num mundo onde não pode ser bom, se é que temos claro este tal conceito. O que faz deste miserável bom? Não basta detectar um sentido de benevolência num ato, mas o como ele está engendrado. A questão é dialética, e nada maniqueísta, como numa greve em que um operário(a) que sabendo que será mandado(a) embora fure a greve por conta de uma família que tem para alimentar, mas que em última instância, esta greve trará beneficio para toda uma categoria (e que se caso ele aderisse deveria lutar para que este operário não fosse demitido - isto no plano mais reformista que consigo ir), ou seja outros vários trabalhadores, outras várias famílias, outras várias extensões deste fura-greve no mundo, isto posto: o ato é bom ou ruim?
Justificamos com "Luta de classes"? como assim? Você fala como se a luta de classes fosse um pretexto ultra-interno, elaborado ontem a noite durante a janta. Só que é exatamente o contrário, para se chegar neste tema-conceito, assim como vários outros, foi necessário trabalho, análise, elaboração, e sobretudo suspensão do juízo, ainda que em contato constante e sem, em momento algum, desconsiderar a humanidade.
Por que a violência é a raiz da coisa? O que você entende como violência? Se a violência é a raiz da coisa, então a luta de classes, e todos problemas especificos do mundo derivam dela? Desta forma a violência dentro da construção do seu pensamento, e da forma como fala, é sempre algo ruim, correto? Mas, me corrija se estiver errado, a violência é algo - se é que consigo definir-, algo que expressa de outras formas, ou seja que nem sempre de forma "ruim", por exemplo na arte.
Para não dizer, por exemplo, uma outra ideia de interpretação do radical da palavra, que foge à definição do senso comum (e apesar de não ser definido como significado válido e declarado, posta em dicionários e tudo mais, nos ajuda ao menos o ver como nos apegamos semanticamente a palavra dando ao signos quase que total autonomia) da palavra que vem de "violar", ainda mais " ato de violar" logo o sexo sendo a violação - consentida - de um corpo por outro seria naturalmente violento, o que indo mais além, poderíamos dizer que se somos fruto deste ato, seríamos descendentes diretos de uma violência que não se configura necessariamente como ruim, correto? Se o exemplo estiver abstrato demais, vamos então a algo prático, registrado na história e com o carimbo da verdade: Por centenas de milhares de anos o Homo sapiens empregou (e algumas tribos que ainda dependem) um método de caçadores-coletores como o seu principal meio de obter alimentos, combinando e envolvendo fontes estacionárias de alimentos (tais como frutas , cereais, larvas, insetos, etc), com a caça de animais selvagens, que devem ser caçados e mortos, para serem consumidos. O que nos leva a entender apesar do ato "violento", isso foi necessário para o surgimento/desenvolvimento/continuidade da humanidade, da evolução do homem, do processo de aprendizagem, de transformação. E é claro, a violência neste mesmo período da história também surge de certa forma como proteção de um forma de propriedade primitiva.
Porém, como sabe, a história andou, e trata-se de uma espiral, e não de uma linearidade qual se exclui o que permeia as consequências de seu movimento. Logo você não pode analiticamente dizer que a violência do homo-sapiens em momento primevo, depois de centenas de transformações na sociedade é a mesma que, por exemplo, a estebelecida nos dias de hoje pela polícia ou pelo exército - como deve saber também, a policia é uma instituição que age da mesma forma com que agia na ditadura, ao invés de ser uma instituição de "segurança do cidadão" ela é defensora do estado, assim como o exército pode "gozar" de ações que estariam delegadas à polícia, como cercar morros, revistar moradores, entrar em casas, enfim. Tudo isso com um único propósito defender uma superestrutura.
Então, não sendo a violência algo ruim durante toda a história e a todo momento, pois não de trata de termo que expressa uma única forma de expressão, ela - a violência - não poderia gerar apenas problemas, certo? Logo a violência precisa ser, de alguma forma, "vigiada", politicamente administrada, deve ser discussão, inclusive no campo da ética - a psicanálise define essa "regulamentação" como recalque -, pois ela não é um sistema, ela é uma ferramenta.
Agora, o capitalismo, sim, é um sistema, e para existir depende da existência da luta de classes. E a violência é uma das ferramentas do capitalismo, que inclusive a usa de diversas formas, com vários procedimentos (policia, exército, sistema judicial, escolas, cadeias, imprensa, na filosofia, na ciência, na arquitetura, no transporte, em tudo), e essa é a diferença, mesmo no capitalismo a violência é, em certa medida, regulamentada, regida, para manter esta estrutura a polícia deve se passar por protetora do povo, o estado também, os bancos, as ongs de proteção a sei lá o que; a única coisa que não é, nem pode ser regulamentada, não é vigiada, é o capitalismo, pois ele é o próprio sistema que opera tudo isto, inclusive nosso desejos, sonhos, especificidades e vontades mais intímas, me diga uma que não?
E, sinceramente, dentro de toda a barbárie estabelecida, não entendo de onde vem a surpresa, a indignação deveria ser constante, tendo sempre em vista que são apenas pequenos elementos da superficie de algo muito maior e que opera e que não se vigia, nem há lei que o impessa: outro exemplo, como já deve ter visto aqui no blog fato deste ter acontecido: alguma lei contra racismo já impediu-me de ser chamado de macaco, ou de alguém proliferar dentro de si um ódio gigantesco a um outro ser humano de outra etnia ou sei lá o que?
Se no lugar dos Orongotangos fossem cavalos-marinhos, ou repolhos, ou melancias, tanto faz, você discute o "quem", e o que deve ser levantado é o "por que" e "como". É, porque lucra! Simples assim.
Sua sensibilidade, sua honestidade, tudo é absorvido, enquanto a superstrutura existe o que está em jogo é o que se tornou natural: tire o orogantango, e coloque o repolho, em ambos os casos, ainda existirá a extração de mais-valia, a exploracão de trabalhadores, a decadência da vida, a arte cada vez mais pobre, o mundo cada vez mais desgraçado e com atos barbáros loucos a cada metro quadrado.
Sua individualidade, e impulsos desmedidos não são nada mais que negócio para a sociedade do espetáculo, assinar uma petição lhe garantirá as migalhas para saciar as pequenas revoltas de que tanto o capitalismo necessita para perpetuar - não sou contra as petições, contudo quando elas existem apenas por elas mesmas, e pela causa descolada de uma bandeira maior de luta de total supressão de um sistema que opera e permite esses absurdos, ela não faz sentido.
E se somos sepulturas vivas é porque em momento algum soubemos o que é vida.
Porém, como sabe, a história andou, e trata-se de uma espiral, e não de uma linearidade qual se exclui o que permeia as consequências de seu movimento. Logo você não pode analiticamente dizer que a violência do homo-sapiens em momento primevo, depois de centenas de transformações na sociedade é a mesma que, por exemplo, a estebelecida nos dias de hoje pela polícia ou pelo exército - como deve saber também, a policia é uma instituição que age da mesma forma com que agia na ditadura, ao invés de ser uma instituição de "segurança do cidadão" ela é defensora do estado, assim como o exército pode "gozar" de ações que estariam delegadas à polícia, como cercar morros, revistar moradores, entrar em casas, enfim. Tudo isso com um único propósito defender uma superestrutura.
Então, não sendo a violência algo ruim durante toda a história e a todo momento, pois não de trata de termo que expressa uma única forma de expressão, ela - a violência - não poderia gerar apenas problemas, certo? Logo a violência precisa ser, de alguma forma, "vigiada", politicamente administrada, deve ser discussão, inclusive no campo da ética - a psicanálise define essa "regulamentação" como recalque -, pois ela não é um sistema, ela é uma ferramenta.
Agora, o capitalismo, sim, é um sistema, e para existir depende da existência da luta de classes. E a violência é uma das ferramentas do capitalismo, que inclusive a usa de diversas formas, com vários procedimentos (policia, exército, sistema judicial, escolas, cadeias, imprensa, na filosofia, na ciência, na arquitetura, no transporte, em tudo), e essa é a diferença, mesmo no capitalismo a violência é, em certa medida, regulamentada, regida, para manter esta estrutura a polícia deve se passar por protetora do povo, o estado também, os bancos, as ongs de proteção a sei lá o que; a única coisa que não é, nem pode ser regulamentada, não é vigiada, é o capitalismo, pois ele é o próprio sistema que opera tudo isto, inclusive nosso desejos, sonhos, especificidades e vontades mais intímas, me diga uma que não?
E, sinceramente, dentro de toda a barbárie estabelecida, não entendo de onde vem a surpresa, a indignação deveria ser constante, tendo sempre em vista que são apenas pequenos elementos da superficie de algo muito maior e que opera e que não se vigia, nem há lei que o impessa: outro exemplo, como já deve ter visto aqui no blog fato deste ter acontecido: alguma lei contra racismo já impediu-me de ser chamado de macaco, ou de alguém proliferar dentro de si um ódio gigantesco a um outro ser humano de outra etnia ou sei lá o que?
Se no lugar dos Orongotangos fossem cavalos-marinhos, ou repolhos, ou melancias, tanto faz, você discute o "quem", e o que deve ser levantado é o "por que" e "como". É, porque lucra! Simples assim.
Sua sensibilidade, sua honestidade, tudo é absorvido, enquanto a superstrutura existe o que está em jogo é o que se tornou natural: tire o orogantango, e coloque o repolho, em ambos os casos, ainda existirá a extração de mais-valia, a exploracão de trabalhadores, a decadência da vida, a arte cada vez mais pobre, o mundo cada vez mais desgraçado e com atos barbáros loucos a cada metro quadrado.
Sua individualidade, e impulsos desmedidos não são nada mais que negócio para a sociedade do espetáculo, assinar uma petição lhe garantirá as migalhas para saciar as pequenas revoltas de que tanto o capitalismo necessita para perpetuar - não sou contra as petições, contudo quando elas existem apenas por elas mesmas, e pela causa descolada de uma bandeira maior de luta de total supressão de um sistema que opera e permite esses absurdos, ela não faz sentido.
E se somos sepulturas vivas é porque em momento algum soubemos o que é vida.
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