O Coletivo Cinefusão surge, no final de 2008, a partir da iniciativa de trabalhadores de diversas áreas - cinema, jornalismo, publicidade, artes cênicas, filosofia, arquitetura, fotografia -, empenhados em criar primeiramente uma rede colaborativa que pudesse dar conta da junção dessas linguagens e também da possibilidade de abarcar potencialidades em busca de produção artística independente, mas também de reflexões concretas acerca da sociedade. É principalmente sobre este último pilar de atuação política, que o grupo vem, atualmente, pensando o cinema, sempre vinculado a outras expressões artísticas e movimentos sociais.

domingo, 31 de outubro de 2010

ENSAIO: O Excesso de Segurança em Tropa de Elite 2 ou Nosso Holocausto Particular


Passadas semanas após a estreia de Tropa de Elite 2, debates com Padilha e Wagner Moura e muitas críticas, análises, resolvi fazer um ensaio sucinto sobre aquilo que acredito ter sido pouco discutido. Que é não mais a corrupção pela corrupção ou ainda uma falta de um programa de segurança pública eficaz, mas agora o excesso de segurança.

O que mais se ouve, de todos os lados, entre críticos, público e afins, é a segurança pautada por aquilo que escutamos durante todo o filme através do protagonista e narrador Capitão Nascimento, o sistema. Este, por sua vez, corrupto.

Contudo, o que vejo e acredito que tenha sido deixado de lado, tanto na obra quanto por aqueles que se arriscam a escrever sobre ela, é que o problema já não é a “falta de um programa de segurança pública” - como disse Padilha em debate organizado pela Folha de São Paulo, quando perguntado sobre as eleições, ele se posicionou contra PSDB e PT dizendo que ambos prometeram um programa de segurança e não cumpriram. E é aí que precisamos inverter o jogo e entender a conjuntura em que nos encontramos. O que acontece é exatamente o contrário. O que pauta esse sistema é o excesso de segurança e não a falta dele.

Ora, aparato técnico não nos falta – repare que ao dizer “nos” estou “nos” incluindo ao sistema. Vivemos em uma sociedade pautada pelo medo. Estamos rodeados por câmeras de segurança nos trens, metrôs, ruas, universidades e afins. Na televisão, Datena, Jornal nacional fazem os papéis mais importantes no que diz respeito a manutenção dessa silenciosa barbárie. O espaço público é marginalizado. Os muros crescem. Temos policias, muitos, armados, violentos e dispostos a exercer essa violência. Temos um exército. Além é claro de cercas, alarmes, lanças, portões elétricos, etc.

Nosso momento histórico é diferente àquele que anunciava um dos personagens de “NOTICIAS DE UMA GUERRA EM PARTICULAR”, de João Moreira Salles. Ele dizia que os traficantes, no momento em que percebessem o como funcionava o sistema de segurança, no caso no Rio de Janeiro, eles desceriam e dominariam tudo, pois teriam poder para isso. A situação, hoje, está claramente invertida. A policia, o estado, a elite tem aparato técnico e humano suficiente para aniquilar com tudo aquilo que tem por torto, errado.

E antes de prosseguir com o raciocínio, levanto duas questões “Qual a vantagem do estado em aniquilar com o tráfico?”; e “Para nos proteger do que, é necessário um programa de segurança pública?

A primeira questão. É através do tráfico e de todo esse movimento torto, que não é composto apenas pelos chamamos bandidos mas também por policiais, que é propiciado o lento desaparecimento de toda uma camada da sociedade, ou seja os pobres. Logo, mais fácil que sujar as mãos, que deixem eles se destruírem aos poucos – palavras do estado ou “sistema”. E essa destruição no submundo é silenciosa, pois é lá que acontece, em meio aos seus guetos. Estão controlados, policia e crime “organizado”. O Estado tem o poder de criar uma policia que está para garantir a injustiça, da qual a própria policia também é vitima. A policia assim como o tráfico, é uma organização criada, já desde cedo baseada na autodestruição, mas que o material humano é quase infinito. Morre um, sobe outro.

É claro, que esse tal holocausto particular do submundo, por vezes ameaça incomodar as estruturas das outras classes sociais. Volta e meia haverá um Sandro Nascimento, um revolucionário ou ainda um ser enlouquecidamente revoltado, que ousará sair de seu gueto e dizer: “Eu estou aqui, me vejam”. E ainda assim morrerá, pelas mãos de um oficial da PM, BOPE, ROTA, CIVIL, etc. E isso não terá grande importância já que para, principalmente, nossa classe média, média alta o único problema a ser discutido será a demora em executar o meliante – assim como escutei algumas vezes pelas bocas de “estudantes” de “cinema” em São Paulo, em relação ao caso do ônibus 174.

E vale ressaltar mais um ponto, em que tanto o filme quanto todos nós parecemos ignorar. Esses traficantes, agora falando estritamente do Brasil, e poderíamos até explanar apenas sobre o Rio de Janeiro, são como quaisquer empresários de corporações de caráter privado – acredito que não digo nenhuma novidade. Porém o que gostaria de ressaltar, que está esquecido, é que toda a linha de produção tecnológica para produzir e transportar a droga não está no morro. Ou alguém acha que esses traficantes tem helicópteros que pousam em telhas, prestes a cair, no morro da alemão ou na rocinha? E que possuem barcos, grandes carros? E ainda mais como a segurança de qual falava antes, cheia de cameras, homens, possibilitam a entrada dos produtos? Seja lá qual via for.

Estado, corporações, empresários estão de braços dados ao tráfico direta ou indiretamente. E essa é uma das garantias para que o sistema de segurança funcione. Com o tráfico funcionando, eles se matam, não nos preocupam. Isso também possibilita uma real diferença entre “eles” e “nós”. Sem que haja esse diferencial de miséria e violência para “conosco” cidadãos bons, honrados e que arcam com seus impostos, qual seria “nosso” critério de diferenciação? Além disso há outro importante ponto, não se ativa de uma vez por todas a aniquilação das tais camadas inferiores, por conta de um código de conduta moral que proíbe aquilo que poderia ser chamado de genocídio, o que para cidadãos bons e honrados de classes superiores seria um problema. Imagine só, sermos comparados a nazistas?

A segunda questão vai de encontro aos que disse anteriormente. Estamos pedindo por um sistema de segurança eficaz contra nós mesmos. Pois a quem a policia deve proteger – o estado, a elite – já é bastante eficaz.

Sucintamente podemos dizer, o sistema de segurança atual funciona e está organizado. Porém o sistema econômico que vivemos torna óbvio para quem é destinado o programa de segurança. E é direcionado para aqueles que podem comprá-lo. E é nesse sentido que discutir se esse programa de segurança é competente ou não, é besteira. Pois é claro que é competente. Com exceção de alguns casos, que não podem ser chamados de frequentes, aqueles que devem ser protegidos frente ao crime, nesse sistema, estão sendo.

Portanto, a revindicação que o próprio Padilha diz “esperar por um bom ou competente programa de segurança pública” não é possível, pois nessa lógica em que vivemos, ele já o é. Não há o que revindicar dentro disso. Acaba-se por revindicar reformas e o discurso, nesse sentido, fica vazio.

A mantença junto a manutenção dessa conjuntura, pautada pelo grande capital, não trará nenhum avanço e a revindicação por reformas é pífia. Ou buscamos o novo, o “renascer”, sair da lógica que por tanto tempo estamos amarrados, ou nos resta esperar lenta e pacificamente por um fim cinza em nosso holocausto particular, o do terceiro mundo – ou emergente, como preferir.

Os valores dessa sociedade estão dados. E nesse sentido o sistema funciona e é, mais do que nunca, extremamente competente.

sábado, 30 de outubro de 2010

Conferência com artistas-pedagogos russos Alexey Levinskiy, Tatiana Stepantchenko

Em parceria com o ECUM – Centro Internacional de Pesquisa sobre a Formação em Artes Cênicas, a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco oferece, em São Paulo, nos dias 3 e 4 de novembro, três conferências como renomados artistas-pedagogos russos.

Conduzidas por Anatoli Vassiliev, um dos principais encenadores da Rússia nos últimos 20 anos e responsável pela criação da Escola de Arte Dramática em Moscou; Alexey Levinskiy e Tatiana Stepantchenko (currículos abaixo), elas serão realizadas no Teatro Aliança Francesa.

A coordenação pedagógica do ECUM é de Ana Teixeira (Grupo Amok Teatro/RJ) e de Fernando Mencarelli (UFMG), e a coordenação geral é de Guilherme Marques. A curadora convidada é Maria Thaís (Unicamp/Cia. Teatro Balagan/SP). A curadoria permanente é de Beatrice Picon-Vallin e Jean François-Dusigne.

Serão oferecidos 227 lugares e os interessados devem retirar os convites na bilheteria no teatro, com uma hora de antecedência (Teatro Aliança Francesa, R. General Jardim, 182 – Vila Buarque – Tel. 3255-0372).

Quarta-Feira, 3 de novembro de 2010

19h às 20h30

Conferência: Alexey Levinskiy

Tema: “Biomecânica de Meyerhold: o treinamento psicofísico para o ator dramático”


20h30 às 22h

Conferência: Tatiana Stepantchenko

Tema: “O ator-criador: vetor principal do processo de desenvolvimento da direção – análise e exemplos práticos do meu trabalho de direção”


Quinta-Feira, 4 de novembro de 2010

19h às 21h

Conferência: Anatoli Vassiliev

“O que significa ‘o estudo’? A passagem da prática psicológica da situação à prática conceitual e lúdica"


CURRÍCULO DOS ARTISTAS

Alexey Levisnkiy é ator, diretor e professor. Laureado com o State Prize, foi graduado pelo School-Studio of MkhAT em 1969. Foi um dos atores líderes do Satire Theatre, em Moscou nos anos 70. Começou a estudar a bicomecânica com Nicolai Georgyevich Kustov, antigo colega de Meyerhold e professor de biomecânica na escola GosTIM nos anos 30. Em 1979 ele se formou no GITIS Higher Directors’School. Levinsky atuou em peças escritas por Ostrowsky, Beckett, Molière, Brecht, Shakespeare e outros. Atualmente trabalha como ator e diretor nos teatros de Moscou OKOLO e no Teatro Ermolova e ministra master classes de biomecânica no Meyerhold Centre e também na Áustria, Alemanha. EUA, Holanda, Reino Unido e outros países.

Tatiana Stepantchenko é atriz e diretora formada no GITIS de Moscou sob a direção de Maria Knebel (antiga aluna de Stanislavski e assistente de Michael Cechov). Tem uma carreira de atriz na Rússia, na Alemanha e na França. No momento atua em Moscou interpretando Fedra de Marina Tsvetaeva e já dirigiu diversos espetáculos na França e Alemanha. Como pedagoga, dirige seminários de formação em Munique (Academia Superior de Teatro - Prinzregen Theater), em Essen (Folkwanghochschule) e na França, no Estúdio Phénix em Valenciennes, no Centro Dramático de Béthune, na ARTA - Cartoucherie de Vincennes, assim como em outros centros de formação na França, Itália, Alemanha e Polônia.

Anatoli Vassiliev formou-se em direção teatral no Instituto de Artes do Teatro (GITIS) de Moscou, onde foi aluno de Maria Knebel. Depois de sua formatura, ele dirige várias companhias de teatro de Moscou. Em 1987, abre seu teatro-laboratório The School of Dramatic Art com o espetáculo Seis Personagens a Procura de um Autor de Pirandello, que parte em turnê pelo mundo. Com esta produção, Vassiliev passa a ser aclamado como um dos diretores de teatro mais interessantes de sua geração. Seus espetáculos participaram dos mais importantes festivais internacionais e seu trabalho pedagógico viaja por diversos países. Convidado para trabalhar como diretor em várias companhias européias, ele realizou projetos artísticos com a Academia Experimental de Artes Teatrais em Paris e com o grupo do Workcenter de Jerzy Grotowksi e Thomas Ricahrds. Entre 2004 e 2008 trabalhou como Diretor Artístico do Departameto de Direção Teatral na ENSATT (Escola Nacional de Artes e Técnicas de Teatro) em Lyon. Foi nomeado “The Emerite Master of Arts of Russia” e na França, “Chevalier des Arts et des Lettres”, “Chevalier des Palmes Academiques”, “Commandeur des Arts et des Lettres”. Em 2008 foi eleito World Ambassador for Theatre para a Unesco.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Inauguração de Biblioteca Anarquista em São Paulo


Neste próximo domingo a Biblioteca Terra Livre estará realizando a INAUGURAÇÃO da sua nova sede. O evento de inauguração ocorrerá no período da tarde e contará com uns comes e bebes!

A todos que tiverem interesse em comparecer para conhecer um pouco mais dos projetos da Biblioteca e dar uma olhada no acervo de livros, filmes, jornais e periódicos são bem-vindos.

Endereço:

Rua Engenheiro Francisco Azevedo, 841 sala 07

Perdizes – São Paulo – SP -Brasil – 05030-01

Informações:
Biblioteca Anarquista Terra Livre

http://bibliotecaterralivre.wordpress.com

Cinefusão na 34ª Mostra - "Machete" e a grife de Robert Rodriguez


Assistir a um Robert Rodriguez (utilizo aqui a metonímia, pois o realizador tornou-se uma espécie de grife com características próprias) tornou-se certeza de que o espectador irá se deparar com muito sangue, ação e cenas engraçadas de tão absurdas. Foi com essa combinação que Rodriguez conquistou uma gama de seguidores.

Dessa vez, com “Machete”, Robert Rodriguez manteve os elementos que o transformaram numa marca e buscou colocar uma clara crítica social e política em seu filme. É aí que podemos estabelecer uma comparação entre “Machete” e “Tropa de Elite 2”, pois ambos colocam o “sistema” como maior inimigo da sociedade. Porém, o filme norte americano, consegue, por um lado, ir além do “Tropa”, pois este resume o tal “sistema” ao duo de corrupção política e militar, enquanto aquele apresenta a uma polícia de fronteira corrupta, diretamente ligada aos políticos também corruptos, mas sem esquecer de como opera verdadeiramente o “sistema”, através de uma perversa luta de classes.

Por mais que essa questão seja tocada de forma superficial, sem aprofundamento conceitual, “Machete” traz uma guerrilheira mexicana chamada Shé, em clara alusão ao cubano Che Guevara, e traz uma classe operária que é convocada para uma revolução que efetivamente acontece. Além disso, “Machete” coloca na mesa outras cartas que pertencem a esse jogo chamado sistema. A igreja, aliada das classes dominantes, não escapa das críticas e do deboche de Rodriguez que chega inclusive a crucificar um padre dentro da própria igreja. O narcotráfico mexicano também surge como aliado dos políticos dominantes, ajudando no financiamento de campanha. E a mídia sensacionalista e burguesa também não escapa ilesa. Por fim, Robert Rodriguez mostra, mesmo que de forma sutil, o que rege o capitalismo, pois todo esse “sistema” direciona as suas ações em função do lucro maior possível. Ao mesmo tempo em que isso é revelado para o espectador, os seguranças de da mansão do Senador McLaughlin, interpretado brilhantemente por Robert de Niro, começam a perceber que o patrão os explora.

Talvez, por esses motivos, “Machete” tenha uma proposta mais abrangente de crítica do que o “Tropa 2”. No entanto, sai com a impressão de que os elementos dramáticos e narrativos do filme do Padilha acabam sendo mais eficientes, pois Robert Rodriguez ainda é uma grife e por isso o seu público vai à sala não para entender como funciona o esquema criminoso nas fronteiras entre México e EUA, mas sim para aplaudir quando um policial opera a repressão atirando na barriga de uma grávida. Me senti um pouco desconfortável, no cinema, com toda a comoção rasteira que o filme provoca, entre palmas, risos e gritos. Deixo a sugestão para que o próximo filme de Rodriguez não tenha uma gota de sangue.  Nem sempre se tornar uma marca é saudável, pois você pode virar instrumento daquilo que você mesmo critica: mais um elemento para gerar lucro.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cinefusão na 34ª Mostra - "Turnê"


“Turnê” é o 4º filme dirigido por Mathieu Amalric, mais conhecido pelo seu trabalho como ator (“A Questão Humana”, “O Escafrando e a Borboleta”, “Munique”, “Um Conto de Natal”). Premiado no último Festival de Cannes pela melhor direção, Mathieu também é o protagonista de seu filme, interpretando Joachim, um produtor de televisão falido, que monta um show itinerante de strippers americanas e resolve levá-las para uma pequena turnê pela França.

Logo no início de “Turnê”, Amalric já demonstra sua habilidade cinematográfica colocando o espectador como voyeur em um camarim de cabaré. Marcado por uma decupagem precisa e uma câmera que sempre se move para compensar a movimentação de algum ator, o filme francês impressiona mais pela qualidade de suas imagens e maneira como os cortes são conduzidos do que pela narrativa propriamente dita. Porém, a fragilidade do roteiro é compensada pela atuação de quatro não atrizes (strippers na vida real também) e, mais uma vez, pela precisa composição do personagem que Mathieu Amalric interpreta.

Joachim luta para sobreviver no ilusório mundo do show business, dominado por futilidades e jogo de aparências. Porém, o ritmo alucinante da vida de produtor nos EUA faz com que não consiga ter uma relação de proximidade com os seus filhos, que vivem na França. Assim, a turnê representa também a oportunidade de se aproximar mais de sua família, mas a sua inabilidade para relações afetivas não permite a concretização disso. Joaquim é um escravo do seu próprio show que, como diz o final do filme, não pode parar. O sonho americano persiste, por mais melancólico que isso possa soar. 

Talvez, os melhores momentos do filme sejam aqueles poucos em que Joaquim interage com pessoas comuns, fora do seu âmbito pessoal. É o caso, por exemplo, de uma conversa que tem com uma frentista, que vive à sua maneira o tal sonho americano, mesmo que dentro de uma cabine de posto de gasolina. Em outro trecho, uma caixa de supermercado implora a Joaquim que ele a acompanhe ao fundo do mercado para que ela demonstre um número em que mostra os seios. É aí que o show se revela como uma válvula de escape de uma sociedade alienadora, que faz, por exemplo, que um filme seja realizado, mas que uma das condições para isso, seja a evidente propaganda do Hotel Mercure, em duas cenas. É triste, mas o show continua.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Revoluções no Tuca: Exibição de Utopia e Bárbarie hoje na Puc. Com a presença de Silvio Tendler e Michael Löwy


Lançamento do livro "Revoluções", de Michael Löwy e exibição do filme "Utopia e Barbárie", de Silvio Tendler, às 18h30. Debate entre Löwy e Tendler às 20h30.

Dia: 26/10/2010 (terça-feira)
Local: Teatro Tuca
PUC-SP. Rua Monte Alegre, 1.024
Perdizes
São Paulo
 
Um pouco sobre as obras:
 
Título: Revoluções.
Autor: Michael Löwy.
Tradutor: Yuri
Editora Martins Fontes
Páginas: 552> ISBN: 978-85-7559-147-5.
 
Em um esforço inédito de compilação, Revoluções reúne os principais registros fotográficos dos processos revolucionários do final do século XIX até a segunda metade do século XX. O livro convida o leitor a percorrer a diversificada experiência das lutas populares por meio de imagens raras, como as fotografias da Comuna de Paris, e clássicas, como as de Lenin e Trotski na Rússia. Para Michael Löwy, organizador da obra, "as fotos de revoluções revelam ao olhar atento do observador uma qualidade mágica, ou profética, que as torna sempre atuais, sempre subversivas. Elas nos falam ao mesmo tempo do passado e de um futuro possível". Além da documentação iconográfica, os acontecimentos históricos são narrados por intelectuais como Gilbert Achcar, Rebecca Houzel, Enzo Traverso, Bernard Oudin, Pierre Rousset, Jeanette Habel e o próprio Löwy. São ensaios ágeis que, a partir de registros fotográficos, retratam a Comuna de Paris, as revoluções Mexicana (1910-1920), Russas (1905 e 1917), Alemã (1918-1919), Húngara (1919), Chinesas (1911 e 1949), Cubana (1953-1967) e a Guerra Civil Espanhola (1936) A obra resgata, assim, a trajetória daqueles que viveram movimentos contra hegemônicos e de inspiração igualitária, aliando rostos de anônimos que protagonizaram as lutas de classe a registros de dirigentes eternizados pela história, como Vladimir Lenin, Felix Dzerjinski, Leon Trotski, Béla Kun, Emiliano Zapata, Pancho Villa, Che Guevara e Fidel Castro.
 
 
Título: Utopia e barbárie
Gênero: Documentário
Duração: 120 minutos
Direção e roteiro: Silvio Tendler
Narrado por: Amir Haddad, Chico Diaz e Letícia Spiller
 
Um dos documentaristas mais respeitados do país e dos que mais se dedicam à política, Sílvio Tendler lançou-se, há 19 anos, num ambicioso balanço dos sonhos e decepções de sua geração - aquela que nasceu logo depois da Segunda Guerra Mundial. O resultado está em Utopia e barbárie. O filme fala da geração que viveu as revoluções de esquerda e da contracultura, as guerras de independência na África e na Ásia, a guerra do Vietnã, as ditaduras latino-americanas, a queda do muro de Berlim e a disseminação da globalização e do neoliberalismo, funcionando como um "pensamento único".

CINEFUSÃO NA 34ª MOSTRA - Cópia Fiel. A subjetiva inanimada de Abbas Kiarostami


Talvez "Cópia fiel", dirigido por Abbas Kiarostami, seja o filme - para mim - que mais carrega o rigor da velha máxima de “forma e conteúdo”. O filme discute o que é ser original?. Não seria a cópia algo tão belo quanto o seu "original"? Ou ainda o que é a cópia, no caso de uma obra de arte, quando o original não é o primeiro quadro a ser pintado, mas sim o sorriso do qual o artista observou para reproduzir. Como então pautar a obra de arte pela originalidade? Estaria então nosso entendimento pelo conceito de original desgastado, ultrapassado, assim como nosso olhar?  É disso que o filme trata.

Não se trata mais de esperar - ou nunca se tratou - do artista toda a pulsão que desejamos sentir de qualquer obra de arte, pelo contrário, é o nosso olhar que deve nos possibilitar isso. O filme não traz imagens prontas e definitivamente não dita ao espectador o que ele deve sentir, é exatamente o contrário. Talvez a única, digamos assim ideia premeditada é a de forma e conteúdo dialogarem simplesmente durante todo o filme, vigorosamente. Ou seja, a ideia de cópia está presente do inicio ao fim, seja nos planos compostos por dois prédios bastantes parecidos correndo sobre o vidro fronteiro de um carro, ou ainda pelos personagens principais que se tornam espelhos um do outro.

Ainda mais interessante é o como a camera lida com os momentos "solitários" de cada personagem. Talvez, as mais belas imagens do filme sejam os momentos, em que sozinhos, os personagens olham para a camera enquanto lavam as mãos ou se arrumam olhando no espelho, e ela – a camera – está representando uma subjetiva do inanimado, da qual personagens se enxergam já como cópias que serão impressas, nesse caso num cartão de memória – tratando-se de um filme feito por uma camera digital -. Eles estão olhando para si próprios, enxergando suas imagens refletidas e é a única forma em que, fisicamente, podem ver a si mesmos, a partir de um reflexo ou ainda uma cópia.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CINEFUSÃO NA 34ª MOSTRA - "O Estranho Caso de Angélica"


Após duas horas de atrasos e cerimônias entediantes, antes da sessão de “O Estranho Caso de Angélica”, foi exibido um vídeo enviado pelo próprio Manoel de Oliveira, em que ele se desculpa com o público brasileiro, visivelmente emocionado, por não poder estar ali, devido a problemas de saúde. Com 101 anos de idade, o diretor segue filmando, como um dos grandes do cinema mundial, tendo acompanhado praticamente toda a história da sétima arte. 

“O Estranho Caso de Angélica” trata da história de Isaac, um jovem fotógrafo de classe média que recebe uma ligação de uma família rica para tirar a última foto da falecida Angélica. Ao enquadrar Angélica, Isaac se apaixona e passa a viver um drama interior. O longa nos revela um Manoel de Oliveira muito lúcido e com capacidade criativa inabalada, mesmo que em determinados momentos, me pareça pecar pelo excesso, como nas sequências de sonho. 

Por mais que o filme não tenha me cativado por completo, não há como não reconhecer a habilidade narrativa e de composição do diretor português. Filmado inteiramente com planos fixos, muitas vezes em plongé, “O Estranho Caso de Angélica” não é um filme típico. Há algo de muito autoral nesse cinema centenário, feito por um realizador preocupado com a essência da própria imagem e também com o excesso de modernização do cinema. Manoel utiliza trucagens que nos remetem aos filmes de Meliés, homenageando um cinema que pulsa poesia. Da mesma forma, o personagem Isaac, registra as imagens de trabalhadores braçais camponeses, talvez para eternizar a beleza do homem que se auto-afirma transformando a natureza. Manoel de Oliveira insiste em ser um desses grandes homens.

Cineclube Cinefusão: "A Comilança" com a presença de Eduardo Furtado Leite

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Oficinas Gratuitas - Oficina Cultural Oswald de Andrade. VII - Teatro

Oficina Iniciação ao Butô Teatro “Mitologia de um Corpo”

18/10 a 22/12 – segunda e quarta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Ádega Olmos
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: currículo e carta de interesse
Inscrições: 4/10 a 14/10. 20 vagas

Oficina de Dança/Teatro “Corpo como Ferramenta Política”
14/10 a 16/12 – terça e quinta – 14h às 17h
Coordenação: Sandro Borelli
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: carta de interesse e currículo e aula aberta (14/10 às 14h)
Inscrições: 4/10 a 13/10. 25 vagas

Workshop “Investigação de Repertório do Ator/Performer”
26 e 27/10 – terça e quarta – 10h às 13h
Coordenação: Simone Martins
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: currículo
Inscrições: 4/10 a 21/10. 20 vagas

Oficina de Interpretação Teatral e Poéticas da Voz
14/10 a 16/12 – terça e quinta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Marlene Fortuna
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: carta de interesse e entrevista – 14/10 às 18h30
Inscrições: 4/10 a 14/10. 30 vagas

Oficina “O Ator como Contador de Histórias”
18/10 a 15/12 – segunda e quarta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Luiz Valcazaras
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: carta de interesse e currículo
Inscrições: 4/10 a 13/10. 20 vagas

Oficina “Tchekhov: A Arte Dedicada à Vida”
3/11 a 25/11 – quinta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Tereza Menezes
Adultos, iniciantes
Seleção: carta de interesse

Inscrições: 4/10 a 8/10. 25 vagas
Workshop “Mistura das linguagens do teatro e do cinema – Teatro para alguém”
11 e 12/11 – quinta e sexta– 14 às 19h
Coordenação: Renata Jesion, Elias Andreato e Nelson Kao
Adultos, atores amadores e profissionais, diretores e demais profissionais da área, estudantes de artes cênicas e cinema
Seleção: breve currículo
Inscrições: 4/10 a 6/11. 30 vagas

Espetáculo “Urgência – A cidade do avesso
27/11 – Sábado – 16h às 16h50
Coordenação: ...AVOA! núcleo artístico
Interessados em geral
Vagas: Sem limite de espectadores

Evento de Resultado - Leitura Dramática “Tchekhov: A Arte Dedicada à Vida”
2/12 – quinta – 19h30 às 21h30
Coordenação: Tereza Menezes
Adultos
Vagas: 50 espectadores (retirar convites com meia hora de antecedência)

Oficina “Estudo de Viewpoints”
18/10 a 22/12 – segunda e quarta – 10h às 13h
Coordenação: Luah Guimarãez e Juliana Monteiro
Adultos, com conhecimento intermediário e avançado
Seleção: carta de interesse, currículo e aula aberta – 13/10 – 10h às 13h
Inscrições: 4/10 a 7/10. 20 vagas

Oficina “O Ator e Método Segundo Eugênio Kusnet”
21/10 a 16/12 – quinta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Patrícia Teixeira
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: currículo e entrevista – 14/10 – 18h30 às 21h30
Inscrições: 4/10 a 12/10. 25 vagas

Oficina Básica de Iluminação
18/10 a 17/12 – segunda e sexta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Gil Carlos Teixeira
Adultos, iniciantes
Seleção: primeiros inscritos
Inscrições: 4/10 a 15/10. 20 vagas

Workshop de Bufão
18 a 22/10 - segunda a sexta - 18h30 às 21h30
Coordenação: Beth Lopes
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: currículo breve
Inscrições: 4 a 14/10. 20 vagas

Oficina de Iniciação Teatral
18/10 a 13/12 – segunda – 19h às 21h
Coordenação: Dan Nagakawa
Adolescentes e adultos, iniciantes
Seleção: Questionário
Inscrições: 4 a 13/10. 25 vagas

Oficina “Corpo em Cena – Composição”
19/10 a 30/11- terça e quinta - 19h às 21h
Coordenação: Rose Prado
Adultos, com conhecimento Intermediário
Seleção: carta de interesse
Inscrições: 4 a 14/10. 20 vagas

Oficina de Teatro Físico: Da Pré Expressão à Expressividade
20/10 a 15/12 – segunda e quarta – 14h30 às 17h30
Coordenação: Kathia Bissoli
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: aula aberta – 18/10 – 14h30
Inscrições: 4/10 a 15/10. 20 vagas

Espetáculo “Amanhã é Natal”e Debate
20 e 21/12 – segunda e terça - 20h
Coordenação: Núcleo Teatral III Sinal Debate: 20/12 – 21h às 21h50
Adultos, interessados em geral
Seleção: primeiros inscritos(para o debate)
Inscrições: retirar convites com antecedência de meia hora antes do início do espetáculo. 50 vagas por sessão

PROJETO DE OCUPAÇÃO CÊNICA DO TEATRO DO INCÊNDIO

Ciclo de Leituras Dramáticas “Joana D’arc” e Debate
9 a 30/11 – terça – 19h às 21h30
Coordenação: Teatro do Incêndio
Convidado especial: Mário Vitor Santos
Elenco das Leituras: Cia Teatro do Incêndio (Marcelo Marcus Fonseca, Liz Reis, Wanderley Martins, João Urbílio, Ivon Mendes, Thiago Molfi, Sergio Ricardo, Sonia Molfi, e outros)

Programa:

Dia 9/11 - Henrique Vi, de Shakespeare (Trecho)
Atriz Convidada: Gabriela Rabelo
Dia 16/11 - Joana D´Arc entre as Chamas, de Paul Claudel
Ator Convidado: André Garolli
Dia 23/11 - Santa Joana, de Bernard Shaw
Ator Convidado: Zé Carlos Machado
Dia 30/11 - As Visões De Simone Machard, de Bertolt Brecht
Atriz Convidada: Clara Carvalho
Adultos, estudantes de artes cênicas, literatura, atores amadores e profissionais da área
Seleção: primeiros inscritos
Inscrições: 4/10 até a data de cada encontro. Vagas: 40 (para cada apresentação)

Espetáculo “Lição De Botânica”
30/10 a 27/11 – sábado - 20h (exceto 20/11, sábado)
Coordenação: Teatro do Incêndio
Adolescentes e adultos, interessados em geral
Inscrições: Retirar convites com antecedência de meia hora antes do início do espetáculo. Vagas: 50 espectadores por sessão

Oficina de Máscaras e Adereços
19/10 a 14/12 – terça – 14h às 17h
Coordenação: Ivon Mendes
Adultos, estudantes de artes cênicas, atores amadores e profissionais da área
Seleção: carta de interesse
Inscrições: 4 a 14/10. 15 vagas

Oficina de Interpretação
13/10 a 1/12 – quarta - 14h às 16h30
Coordenação: Liz Reis
Adultos, estudantes de artes cênicas, atores amadores e profissionais da área
Seleção: carta de interesse
Inscrições: 4 a 14/10. 15 vagas

Oficina de Musica e Canto de Cena
18/10 a 6/12 – segunda - 16h às 20h
Coordenação: João Urbílio
Adultos, estudantes de artes cênicas, atores amadores e profissionais da área
Seleção: carta de interesse
Inscrições: 4 a 14/10. 15 vagas

Workshop “Música de Cena em Brecht”
25/10 a 29/11 – segunda – 19h às 21h
Coordenação: Wanderley Martins
Adultos, estudantes de artes cênicas, atores amadores e profissionais da área
Seleção: carta de interesse
Inscrições: 4 a 19/10. 40 vagas: (20 para cada encontro)

Aula Aberta “Teatro-Educação, a Formação de Público na Escola”
Coordenação: Zaíra Barbosa Alves
13/11, 4/12 e 11/12 – sábado -10h às 13h e das 14 às 18h
Adultos, professores de todos os níveis de ensino e estudantes universitários de cursos de licenciatura
Seleção: primeiros inscritos com comprovante de atuação ou estudo na área
Inscrições: até o dia anterior à aula. 45 vagas (15 por aula)

Processo de Criação “A Obra de Schiller”
Período: 7/12 e 14/12– terça - 19h às 21h30
Coordenação: Mario Vitor Santos
Mediação: Marcelo Marcus Fonseca
Adultos, interessados em geral
Seleção: primeiros inscritos
Inscrições: 4/10 até a data de cada encontro. 50 vagas

Ensaio Aberto “Joana D´Arc” e Debate
10/12 – sexta - 20h às 21h50
Coordenação: Teatro do Incêndio
Adultos, interessados em geral
Inscrições: retirar convites com antecedência. 50 vagas
PROJETO “CIA TRIPTAL, 20 ANOS”

Espetáculo “Zona De Guerra”e Debate
15 a 18/12 – quarta a sábado - 20h30 às 21h50 (com exceção da quarta- 20h)
Debate: 15/12 – 21h às 21h50
Coordenação: André Garolli (Cia Triptal)
Adultos, interessados em geral
Seleção: primeiros inscritos(para o debate)
Inscrições: retirar convites com antecedência de meia hora antes do início doespetáculo. 50 vagas por sessão

PROJETO “BOM RETIRO: LA PAZ” COM O TEATRO DA VERTIGEM
Mesa Redonda “Site Specific e Performance Urbana”
1/12 - quarta – 19h às 21h30
Coordenação: Antônio Araújo
Adultos, interessados em geral
Seleção: primeiros inscritos
Inscrições: 4/10 a 30/11. 50 vagas

Espetáculo História de Amor (Últimos Capítulos) e Debate
2 a 4/12 - quinta a sábado – 20h
Debate: 2/12 – 21h às 21h50
Coordenação: Teatro da Vertigem
Adultos, interessados em geral
Seleção: primeiros inscritos(para o debate)
Inscrições: retirar convites com antecedência de meia hora antes do início do espetáculo. 50 vagas por sessão

Oficina de Projeto “Id Bairro São Paulo [Sp.01]” - Mapear, Explorar, Visualizar e Ativar. Bairros Bom Retiro e Santo Amaro De São Paulo
Projeto internacional de arte urbana de longa duração, com vasto histórico de Criatividade Social, Ação Coletiva e Práticas Artísticas no contexto espanhol e catalão. Propõe a realização de ação em rede comouma plataforma de aproximação entre Instituições e agentes locais e extra-locais para operar culturas de proximidade, atuando em contextos situados na esfera de uma “periferia cultural” urbana a partir de uma estrutura definida em três fases: seminário internacional, oficina coletiva de projetos e exposição itinerante. A oficina marca o início de um processo que poderá ser formalizado em um Dispositivo Itinerante, tendo como objetivo divulgar os projetos decorrentes das práticas coletivas e colaborativas nos territórios e ativar uma ação continuada na cidade de São Paulo. Uma iniciativa do artista e curador Ramon Parramon com curadoria local de Lilian Amaral.

Mesa Redonda “Id Bairro São Paulo [Sp.01]”
15/10 - sexta – 14h às 17h
Coordenação: Lilian Amaral e Ramon Parramon
Adultos, interessados em geral
Seleção: primeiros inscritos
Inscrições: 4/10 até a data da atividade. 40 vagas
A mesa contará com a participação de: Democracia, Domènec, Coletivo EIA – Experiência Imersiva Ambietal, Fadhila Mammar, Colectivo Imagem, Ramon Parramon e Coletivo Coletores e Teatro da Vertigem.

Teatro/Cinema
Workshop de Interpretação para Teatro e Cinema
8 a 12/11 - segunda a sexta - 18h às 21h
Coordenação: Denise Weinberg
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: currículo e entrevista para pré-selecionados no dia 4/11 - quinta – 14h
Inscrições: 4/10 a 30/10. 15 vagas

Coordenação: Valdir Rivaben

Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - Cep: 01123-001
São Paulo - SP
(11) 3221-5558 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3221-5558 - 3222-2662
oswalddeandrade@oficinasculturais.org.br
Funcionamento: Segunda a sexta 9h às 22h e sábado das 10h às 17h

Oficina Gratuita - Oficina Cultural Oswald de Andrade. VI - Literatura

Oficina a Literatura Infantil em Três Níveis: Oral, Visual e Escrito

16/10 a 6/11 – sábado – 10h às 13h e 14h às 17h
Coordenação: Rebeca Gelse Rodrigues
Adultos, agentes de leitura, professores e arte-educadores
Seleção: carta de interesse
Inscrições: 4/10 a 14/10. 20 vagas

Coordenação: Valdir Rivaben

Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - Cep: 01123-001
São Paulo - SP
(11) 3221-5558 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3221-5558 - 3222-2662
oswalddeandrade@oficinasculturais.org.br
Funcionamento: Segunda a sexta 9h às 22h e sábado das 10h às 17h

Oficinas Gratuitas - Oficina Cultural Oswald de Andrade. V - Gestão Cultural

Palestra “Procedimentos da Produção Teatral”

20/10 – quarta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Vera Lúcia Ribeiro
Adultos, iniciantes
Seleção: primeiros inscritos
Inscrições: 4/10 a 19/10. 40 vagas

Coordenação: Valdir Rivaben

Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - Cep: 01123-001
São Paulo - SP
(11) 3221-5558 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3221-5558 - 3222-2662
oswalddeandrade@oficinasculturais.org.br
Funcionamento: Segunda a sexta 9h às 22h e sábado das 10h às 17h

Oficinas Gratuitas - Oficina Oswald de Andrade. IV - Música

Oficina “Composição Musical e Informática”

20/10 a 8/12 – segunda e quarta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Ricardo Simões
Adultos, com conhecimento intermediário e avançado
Seleção: entrevista – 18/10 – terça – 18h30 às 21h30
Inscrições: 4/10 a 17/10. 20 vagas
Música/Teatro

Oficina “Palavra Falada, Palavra Cantada”
22/10 a 10/12 – quarta e sexta – 9h30 às 12h30
Coordenação: Eric D’ Ávila
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: currículo, carta de interesse e entrevista – 20/10 – 9h30 às 12h30
Inscrições: 4/10 a 19/10. 30 vagas

Coordenação: Valdir Rivaben

Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - Cep: 01123-001
São Paulo - SP
(11) 3221-5558 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3221-5558 - 3222-2662
oswalddeandrade@oficinasculturais.org.br
Funcionamento: Segunda a sexta 9h às 22h e sábado das 10h às 17h

Oficinas Gratuitas - Oficina Cultural Oswald de Andrade. III - Dança

Oficina de Dança/Teatro “Corpo como Ferramenta Política”

14/10 a 16/12 – terça e quinta – 14h às 17h
Coordenação: Sandro Borelli
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: carta de interesse e currículo e aula aberta (14/10 às 14h)
Inscrições: 4/10 a 13/10. 25 vagas

Jam Session com o ...Avôa! Núcleo Artístico
29/10 - sexta – 19h30 às 21h30
Coordenação: Luciana Bortoletto
Adultos, Interessados em geral
Seleção: primeiros inscritos
Inscrições: 4 a 28/10. 30 vagas

Intervenção Cênica de rua com o ...Avôa! Núcleo Artístico
26/11 - sexta – 18h às 19h
Coordenação: Luciana Bortoletto
Adultos, Interessados em geral

Workshop de Dança Contemporânea “Corpo e Movimento”
8 a 12/11 – segunda a sexta – 10h às 13h
Coordenação: Ana Andréa
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: currículo
Inscrições: 4/10 a 3/11. 20 vagas

Coordenação: Valdir Rivaben

Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - Cep: 01123-001
São Paulo - SP
(11) 3221-5558 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3221-5558 - 3222-2662
oswalddeandrade@oficinasculturais.org.br
Funcionamento: Segunda a sexta 9h às 22h e sábado das 10h às 17h

Oficinas gratuitas - Oficina Cultural Oswald de Andrade. II - Audiovisual

Oficina “O Ator no Cinema” – Método de Interpretação Lee Strasberg

18/10 a 16/12 – segunda e quinta – 19h30 às 21h30
Coordenação: Paula Ribas
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: carta de interesse, currículo e entrevista para os pré-selecionados
Inscrições: 4/10 a 14/10. 20 vagas

Oficina de Análise Fílmica – História do Cinema
13/10 a 15/12 – quarta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Sylvio Rocha
Adultos, iniciantes
Seleção: carta de interesse
Inscrições: 4/10 a 8/10. 30 vagas

Oficina “Representando o Real – A Realização de um Documentário”
14/10 a 14/12 – terça e quinta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Guiomar Ramos
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: apresentação de pré-roteiro
Inscrições: 4/10 a 8/10. 30 vagas

Palestra “A Linguagem Cinematográfica”
25/10 - segunda – 19h30 às 21h30
Coordenação: Philippe Barcinski
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: primeiros inscritos
Inscrições: 4/10 até a data da palestra. 40 vagas


Coordenação: Valdir Rivaben

Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - Cep: 01123-001
São Paulo - SP
(11) 3221-5558 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3221-5558 - (11) 3221-5558 - 3222-2662
oswalddeandrade@oficinasculturais.org.br
Funcionamento: Segunda a sexta 9h às 22h e sábado das 10h às 17h
Oficina Cultural Oswald de Andrade

Oficinas gratuitas: Oficina Cultural Oswald de Andrade. I - Artes Visuais

Oficina “Criações e Construções em Escultura”

19/10 a 16/12 – terça e quinta– 18h30 às 21h30
Coordenação: Brenda Maida
Adultos, iniciantes
Seleção: questionário
Inscrições: 4/10 a 15/10. 20 vagas

Oficina de Stencil Art
14/10 a 30/11 – terça e quinta – 14h às 17h
Coordenação: Lucas D.
Adolescentes, iniciantes
Seleção: primeiros inscritos
Inscrições: 4/10 a 13/10. 15 vagas

Oficina de HQ e Desenho “Muito além dos Quadrinhos”
16/10 a 18/12 – sábado – 14h às 17h
Coordenação: Nicolás Monastério
Adolescentes, iniciantes
Seleção: carta de interesse
Inscrições: 4/10 a 9/10. 20 vagas

Oficina Pintura: Conceitos, Procedimentos e Desdobramentos no Espaço Urbano
14/10 a 16/12 – quinta – 9h às 12h
Coordenação: Hélio Schonmann
Adultos, iniciantes
Seleção: questionário
Inscrições: 4/10 a 8/10. 20 vagas

Oficina História da Arte “As Correntes Artísticas e suas Obras”
19/10 a 14/12 – terça – 18h30 às 21h30
Coordenação: Izabel Rocha
Adultos, iniciantes
Seleção: carta de interesse
Inscrições: 4/10 a 15/10. 30 vagas

Oficina “Campo de prova”- A gravura em campo ampliado
19/10 a 14/12 – terça - (a partir do dia 20/10 encontros quinzenais as quartas) -18h30 às 21h30
Coordenação: Marcelo Salum
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: carta de interesse
Inscrições: 4/10 a 14/10. 20 vagas

Oficina “Estudos da Fotografia”
20/10 a 3/12 – quarta e sexta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Goya Cruz
Adultos, com conhecimento intermediário
Seleção: carta de interesse e questionário (currículo opcional)
Inscrições: 4 a 18/10. 25 vagas

Oficina de Xilogravura
21/10 a 16/12 – quinta e quarta – 18h30 às 21h30
Coordenação: Francisco Maringelli
Adultos, iniciantes
Seleção: carta de interesse
Inscrições: 4/10 a 16/10. 20 vagas

Ciclo de Palestras “Um Passeio pela Vida e Obra do Artista Marcel Duchamp”
3 a 17/11 – quarta – 19h30 às 21h30
Coordenação: Marc Dubois
Adultos
Seleção: primeiros inscritos
Inscrições: 4/10 a 29/10. 40 vagas

Oficina de Fotografia “Em Busca do Instante Perdido”
5/11 a 7/11 – sexta – 18h30 às 21h30, sábado e domingo – 10h às 13h e 15h às 18h
Coordenação: André Douek
Adultos, com conhecimento intermediário (que possuam câmera fotográfica digital ou analógica {filme 35 mm} ambas com tripé)
Seleção: entrevista – 25/10 às 18h30

Inscrições: 4/10 a 23/10. 18 vagas
Oficina “Introdução à Prática Fotográfica”
16/10 a 18/12 – sábado – 10h às 13h
Coordenação: Armando Prado
Adultos, iniciantes
Seleção: carta de interesse e currículo resumido

Inscrições: 4/10 a 13/10. 25 vagas
Evento de Resultado “Exposição Coletiva de Artes Visuais 2010”
23 a 31/12 – segunda a sexta – 10h às 20h e sábado – 10h às 17h
Aberto ao público


Coordenação: Valdir Rivaben

Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - Cep: 01123-001
São Paulo - SP
(11) 3221-5558 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3221-5558 - 3222-2662
oswalddeandrade@oficinasculturais.org.br
Funcionamento: Segunda a sexta 9h às 22h e sábado das 10h às 17h
Oficina Cultural Oswald de Andrade


ESPAÇO CURTAS 2010 "O CINEMA INDEPENDENTE NO BRASIL"


Sábado, dia 09/10, foi dado início ao ciclo de encontros do Espaço Curtas 2010 no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, no espaço Mirante.GRÁTIS

O projeto é idealizado por Lucas Barbosa Villar e pela Associação Cultural Sinfonia de Cães em parceria ao CCJ com o objetivo de realizar encontros de grupos, produtores e artistas de vídeos independentes em um espaço onde possam exibir suas produções e conversar e trocar redes entre os produtores, grupos, participantes e público com a intenção de expandir e conectar as redes de contatos e produções  independentes.

Mais informações: http://projetocicas.blogspot.com/
 
Fonte: http://projetocicas.blogspot.com/

domingo, 17 de outubro de 2010

Teatro: Ocupação cultural em homenagem a Tchekhov


Inaugurada a ocupação “Espaço Tchekhov 2010″ que ficará em cartaz por dois meses, entre os dias 17 de setembro a 10 de novembro, no Complexo Cultural da Funarte.
Assista à reportagem em: http://catracalivre.folha.uol.com.br/2010/09/funarte-inaugura-ocupacao-cultural-de-dois-meses/
A programação traz espetáculos de teatro, exposição, workshops e debates dedicados ao 150º aniversário do nascimento do autor russo, Tchekhov.

Programação:


Tchekhov4 – Uma Experiência Cênica

Estreia: segunda-feira, 20 de setembro, às 20h30
Outras apresentações: de 21 a 29 de setembro e de 18 de outubro a 10 de novembro, de segunda-feira a quarta-feira, às 20h30
Duração: 2 horas
Retirada de senha a partir de uma hora antes de cada apresentação (50 lugares)

 

Temas Para Um Pequeno Conto – Um Áudio-Tour Tchekhoviano pela Barra Funda

Estréia: quinta-feira, 30 de setembro, às 16h
Outras apresentações: de 1 a 13 de outubro (com exceção do dia 9), às 16h

Enfermarias No. 1-6 – Visitação Em Uma Instalação Cênica

Estreia: quinta-feira, 14 de outubro, às 20h30
Outras apresentações: de 15 de outubro a 7 de novembro – quintas-feiras, às 20h30 / sextas, sábados e domingos, às 19h30
Duração: 1 hora
Retirada de senha a partir de uma hora antes de cada apresentação (aprox. 50 lugares)]
Duração: 45 minutos
Retirada de senha a partir de uma hora antes de cada apresentação (10 lugares)

Diariamente de 17/09 (Sex) a 10/11 (Qua); das 16:00 às 20:30
$Gratuito$ 
Na Funarte São Paulo; Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos – Centro. Telefone: (11) 3662-5177 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3662-5177    
Fonte: Catraca Livre








Brasilididade revolucionária: cem anos de cultura e política

Dia 18 de outubro, a partir das 18h30, acadêmicos de diversas universidades paulistas discutem a obra “Brasilididade revolucionária: cem anos de cultura e política” do sociólogo Marcelo Ridenti.
Participam da mesa-redonda a cientista política Márcia Tosta Dias (Unifesp), os sociólogos Renato Ortiz (Unicamp) e Celso Frederico (USP), além do próprio Ridenti, que se dedica a estudar os movimentos políticos e culturais de esquerda no Brasil.

Segunda, dia 18/10 às 18:30
No Cedem/Unesp. Praça da Sé, 108 - Centro. 
Telefone:  (11) 3105-9903

Fonte: Catraca Livre

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Exibição gratuita de Tropa de Elite 2 e Debate com Wagner Moura e José Padilha



O diretor, José Padilha, e o ator protagonista, Wagner Moura, do filme “Tropa de Elite 2” participam de debate aberto ao público, às 20h desta quarta-feira, dia 13, no Cine Livraria Cultura.

O debate será logo após a exibição do longa. As senhas podem ser retiradas na bilheteria do cinema a partir das 19h do dia do evento. O filme é classificado como não recomendado a menores de 16 anos.

O evento é uma realização do jornal Folha de S.Paulo em parceria com o Cine Livraria Cultura.


Tropa de Elite 2

Quando: Qua 13/10 às 20:00 Confira todas as datas
Qua 13/10 às 20:00
Quanto: $ Grátis $ 
Onde: Cine Livraria Cultura
Endereço: Av. Paulista, 2.073 - Cerqueira César - Oeste.

Fonte: Catraca Livre


sábado, 9 de outubro de 2010

Os foras-da-lei do Japão


A Cinemateca Brasileira exibe 17 longas-metragens produzidos entre 1937 e 1996, quase todos eles inéditos no Brasil. Os filmes apresentam um amplo panorama do gênero conhecido no Japão como yakuza eiga, que envolve todos aquelas obras cujas tramas abordam foras-da-lei e organizações criminosas, desde filmes de época (jidaigeki) até produções contemporâneas sobre gângsteres e marginais.

Além de apresentar um inédito panorama histórico da evolução dos yakuza eiga, a mostra “O Sangue Quente do Japão” também oferece ao espectador a oportunidade de entrar em contato com a obra de realizadores japoneses de grande importância e originalidade que permanecem praticamente desconhecidos do grande público, como Hiroshi Inagaki (1905-1980).

Outro realizador de destaque presente à mostra é Kinji Fukasaku (1930-2003), responsável por promover, em meados dos anos 1970, um renascimento dos yakuza eiga com a série de filmes Luta sem código de honra (Jingi naki tatakai), que incluiu oito títulos rodados entre 1973 e 1976.

Confira a programação da Cinemateca Brasileira na íntegra: http://www.cinemateca.com.br/

Em termos de prestígio e reconhecimento crítico, no entanto, nenhum dos cineastas contemplados nessa retrospectiva se compara a Tomu Uchida (1898-1970). Considerado o melhor cineasta do Japão ou o “mais japonês” dos cineastas por muitos críticos e realizadores.

Uchida teve uma longa e notável carreira como diretor desde o período do cinema silencioso, jamais se atendo a um único gênero. Dentre os admiradores confessos de Uchida está o cineasta brasileiro Carlos Reichenbach, que apresenta um debate sobre o mestre na abertura do evento, na Cinemateca.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Oficina da Palavra - Atividades culturais gratuitas

As inscrições podem ser feitas por email ou pessoalmente. O interessado que quiser se inscrever por email, deverá enviar uma mensagem para casamariodeandrade@oficinasculturais.org.br requerendo a ficha de inscrição e indicando o nome da atividade desejada.Para se inscrever pessoalmente o candidato deverá comparecer na Rua Lopes Chaves, 546, Barra Funda/SP, próximo ao Metrô Marechal Deodoro, das 13 às 20h. A Oficina da Palavra - Casa Mário de Andrade abriu inscrições para atividades gratuitas na área de fotografia, literatura, patrimônio cultural e teatro.
 
Clique no link abaixo e confira a programação completa:

Capitão Nascimento na praça outra vez



Ano de eleição. Após o primeiro "Tropa de Elite" - que teve grande repercussão, principalmente através de sua pré-estréia no comércio pirata -, a segunda versão já tem data para estrear, será no próximo 8 de outubro (sexta), logo após as eleições. Não me arrisco a dizer que isso seja mais uma estratégia de divulgação do filme, e se for não pretendo rechaçar ou legitimar a ação, dado que o cenário de produção e difusão de filmes no Brasil é vergonhoso. Não me surpreende que novas tendências de promoção cinematográfica se mantenham constantes, para o bem ou para o mal.

Bom, resolvi rabiscar algumas palavras aqui, pois nessa semana revi a primeira parte da obra na TV record - outro fato "interessante": os filmes que tem sido exibidos na grandes emissoras de TV, ainda que em horário reservado para "intelectuais insônes". De qualquer forma, assisti e, dessa vez, tomando cuidado para entender, de uma vez por todas, o porquê de o filme dirigido por Padilha ter feito tanto barulho. Já fazia tempo que a discussão sobre ser ou não um filme facista me incomodava, principalmente por não saber responder a questão. O fato foi que o assisti, atenciosamente. Cada plano me fazia analisá-lo friamente. Diga-se de passagem, todos esses planos são muito bem feitos, tecnicamente falando. "Tropa de Elite" tem uma boa fotografia, atores ótimos e um roteiro muito bem amarrado, que inclusive utiliza de recursos que não são novos, como os flash backs, que potencializam a ideia de "não tempo", vivida por homens que estão constantemente no limite de suas vidas.

E me perguntava "Qual o problema desse filme?". Como já disse anteriormente, não podemos negar toda a qualidade técnica do filme, no qual cada elemento de arte, som, fotografia, roteiro são, de fato, muito bem trabalhados. Logo, o problema, talvez, esteja em como todo esse competente aparato técnico foi "amarrado" e o que ele viria a representar, no que diz respeito a sua estrutura macro, a forma final, o filme. Primeiro, caso paremos apenas no que diz respeito aquilo que é técnico no filme, efeitos especiais, tiros, trilha que cresce junto a saga de cada personagem, estaríamos somente reproduzindo o discurso do "cinemão" hollywoodiano. E o filme iria da "arte pela arte" para o alienado e vazio entretenimento.

Talvez, a crítica que acredito, no momento, ser mais eficaz é que independente daquilo que o filme contextualiza ou tenta contextulizar - sendo ele marxista ou facista -, sua forma dialoga diretamente com o conservadorismo e a caretice de muitos blokbusters. E é essa forma que serviu muito mais para a comercialização do filme do que necessariamente para o exercício artístico. Até por isso que fica cada vez mais complexo denominar o filme facista ou não. O filme não demoniza ou endeusa diretamente traficantes ou policiais. Mas critica ferozmente uma burguesia que necessita sentir-se culpada pela miséria que as rodeia. Pela varanda do apartamento enxergam apenas as cabeças rolando pelo submundo. E a partir daí fundam ou se associam às ONGS, exercendo o seu papel social.

Apesar disso, ao tentar ser mais comercial do que didático-artístico, "Tropa de Elite" toma o rumo de investir em cenas de violência explícita, por exemplo, como forma de incentivar a nós, público brasileiro, que nos preparamos, sofremos, mas gostamos dessa bárbarie. E claro para o dito 1º mundo que de nós aqui - emergentes - querem mais é ver a destruição interna, como numa briga de insetos, muito mais do que grandes artistas, filósofos, trabalhadores e afins.

Antes de encaminhar uma conclusão é importante lembrar que crítica se faz diretamente ao como a obra se mostra, para mim. Pois, como demonstrado logo depois de Tropa de Elite, Padilha é de fato um grande artista e prova isso em "Garapa".

Posso lançar um olhar otimista sobre o filme, pensando talvez que ele trata de uma guerra - fato - que já nasceu perdida, onde explorados lutam entre si e a única coisa que está em jogo é o poder sob algo que por fim é apenas um micropoder, já que o que eles tem não será potencializado. Ou seja, traficantes conseguiram dominar seu morro, sua comunidade, talvez algumas outras, porém não sairão disso. O estado e a democracia estão muito bem amparados e estruturados para contê-los. O mesmo serve para os policiais que talvez consigam subir de patente mas serão eternos lacaios e defensores da elite. Policias e traficantes se digladiam por uma democracia burguesa. O povo está em meio a isso. E é nesse ponto minha maior crítica ao filme. Apesar de não ser obrigado a isso - por talvez não ser sua proposta -, a obra parece esquecer a massa trabalhadora, a classe pobre. Passam despercebidos, inexistentes, quietos. Talvez pudéssemos lançar mais um olhar otimista e dizer que isso era parte da proposta do filme, no qual o povo estaria inerte a tudo isso. Mas, pelo contrário, não consigo acreditar nesse fato e o filme acaba por não apontar para lugar algum.

De fato, o lado dos traficantes é cercado por homens sujos, mal encarados, tortos. Já os policiais, apesar de carrancudos, corruptos e mesquinhos em grande parte, possuem um carisma único que seja talvez o que provocou tanto sucesso com o personagem de Wagner Moura. Mais um filme que de fato não passará em branco, continuará e será ainda alvo de muitas discussões, críticas, elogios. Eu mesmo não posso dizer o que direi daqui a dois anos sobre ele. Mas fica uma sensação, após assisti-lo e tentar exprimir em palavras o que vi, senti, ouvi; o cinema brasileiro, apesar dos "investimentos" na área e os novos editais, parece regredir junto ao vaso sanitário da globo filmes e tenta criar um cinema doutrinador e cada vez mais próximo dos enlatados americanos. Que pena.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Oficinas Culturais abrem inscrições

As Oficinas Culturais do Estado de São Paulo, com produção da Poiesis — Instituto de Apoio à Cultura, Língua e Literatura e realização do Governo do Estado de São Paulo, abrem inscrições para oficinas e workshops nas mais variadas vertentes artísticas, tais como artes visuais, circo, dança, música e teatro. As inscrições terão início no dia 4 de outubro na capital, interior e litoral.

Na capital, são seis Oficinas Culturais distribuídas nos bairros do Bom Retiro, Barra Funda, Brás, Itaquera, São Miguel Paulista e Vila Brasilândia, já no interior e litoral do estado temos outras quinze unidades, nas cidades de Araraquara, Araçatuba, Bauru, Campinas, Iguape, Limeira, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Carlos, Sorocaba e São João da Boa Vista.

PROTESTO

Segue, emprestado de Brecht, o nosso singelo protesto aos 1,3 milhões de analfabetos políticos que votaram no Tiririca nessas eleições. E que fique claro que o analfabeto político de Brecht é justamente aquele que justifica o seu voto no Tiririca como voto de protesto.

 

O Analfabeto Político
Berthold Brecht

O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.

Turtles can fly - Direção Bahman Ghobadi




Para onde essas crianças correm?

Todas, juntas.

Como se mais nada houvesse em suas miseráveis vidas.

Correm, com as mesmas roupas dos outros dias.

De quando em vez uma blusa surrada as protegem do frio.

Pulam amarelinha entre minas.

Para onde correm essas crianças?

Por terras onde, quiçá, só vento se semeia.

Entre elas, o mais novo

pés descalços enterrados, se atracando contra o chão

em meio a pedras, balas, terra, água.

Agarrado ao arame farpado, parecia avistar alguma salvação

mas não por seus olhos esbranquiçados pela cegueira.

E em meio ao som de rifles, tanques, choros e gritos

por aquele enorme pano, branco, vermelho, azul

avistava 50 estrelas, nada mais que isso

como um grande cobertor, que caía lentamente

mas não cobria como que numa noite fria

sufocava, seus pelos entravam pelas narinas

por debaixo dele vi uma menina, que dizia:

“- ainda com os olhos tapados,

    procurava teus braços

    e não os sentia mais,

    mas me agarra mesmo assim,

    nem que seja para sentir o começo

    e o fim do teu cotovelo na minha costela.”

domingo, 3 de outubro de 2010

CINEFUSÃO INDICA - BOCATO


Todas às quartas feiras no Saravejo Club, na rua Augusta, nº 1397. 

Bocato iniciou seus estudos na banda da Escola Municipal Baeta Neves aos 7 anos de idade. Estudou na Fundação das Artes de São Caetano, no Instituto de Música do Planalto e Faculdade da Unesp, onde estudou composição e regência. No final dos anos 70 tocou com Arrigo Barnabé e Itamar Assunção do Festival Univesitário da Cultura, onde Arrigo Barnabé foi o vencedor com a música “Diversões Eletrônicas”. Em 1980 tocou e gravou com Elis Regina no show “Saudades do Brasil”. Depois desse disco sua carreira como instrumentista se intensificou muito, tocando com Rita Lee, Ney Matogrosso, Roberto Carlos e outros. Em 1982 fundou a Banda Metalurgia, que gravou um disco que foi considerado o melhor instrumental do ano. Em 1985 lançou seu primeiro LP solo. Atualmente sua discografia tem os seguintes discos: “Lixo Atômico”, “Sonho de um Anarquista”, “Concerto para Trombone Quebrado”, “Abruxa-te”, “Aqui Jazz Brasil”, “Ladrão de Trombone” e os CDs “Bem Dito”, “Samba de Zambas”, “Acid Samba” (estes dois últimos feitos na Suíça). Gravou ainda o CD “Tributo a Pixinguinha” em 97 com o qual realizou tourne pela Europa em comemoração aos 100 anos de Pixinguinha. Em 2004 lançou “Cacique Cantareira” e “Antologia da Canção Brasileira - vol.1” com Léa Freire, pelo selo Maritaca. Bocato também participou em várias gravações de artistas como Ná Ozzetti, Zé Miguel Wisnick, Gal Costa, Edson Cordeiro, Zéca Baleiro, Chico César, Celso Viáfora, Carlinhos Brown, Nação Zumbi, Fala Mansa, Pavilhão 9 e Art Popular, Marcelo D2 entre outros. Em 1998 fez nova tourne pela Europa com sua Banda e concorreu ao Prêmio Sharp como Melhor Arranjador pelo seu CD “Tributo a Pixinguinha”. Em 99, morando na Europa, participou do Festival de Montreaux tocando as músicas de seu CD “Samba de Zamba”. Em 2000 apresentou seu CD “Acid Samba” na Suíça. Em 2003 participa do Festival de Moscou, com sua banda e acompanhando Leny de Andrade e João Donato. Atualmente além de concertos por todo Brasil com seu grupo, está em processo de gravação de dois discos.

Conheça o som: http://www.myspace.com/bocatoegrupo
Saravejo Club: http://www.sarajevoclub.com.br/